Mapeamento no Preventório: mudanças entre as edições

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== Verbete se faz colaborando ==
== Verbete se faz colaborando ==
[[Arquivo:Mapa Neurtro.PNG|miniaturadaimagem|304x304px|'''Não existem casas e edifícios nos Morros da Babilônia e do Chapéu Mangueira?''' Para a fundação OpenStreetMap qualquer pessoa tem a liberdade de usar e criar dados num mapa, contudo como podemos ver na imagem as áreas nobres de uma região do Rio de Janeiro têm seus edifícios e pontos de referência mapeados enquanto as favelas adjacentes são apresentadas como grandes vazios.]]
[[Arquivo:Mapa Neurtro.PNG|miniaturadaimagem|304x304px|'''Não existem casas e edifícios nos Morros da Babilônia e do Chapéu Mangueira?''' Para a fundação OpenStreetMap qualquer pessoa tem a liberdade de usar e criar dados num mapa, contudo como podemos ver na imagem as áreas nobres de uma região do Rio de Janeiro têm seus edifícios e pontos de referência mapeados enquanto as favelas adjacentes são apresentadas como grandes vazios.]]
Fornazin nos convidou para escrevermos um verbete sobre o mapeamento colaborativo que estamos fazendo no Morro do Preventório. Pera aí, mapeamento colaborativo? Num primeiro momento a gente estranhou esse adjetivo para caracterizar o que fazemos no Preventório. Preferimos o termo mapeamento comunitário justamente para nos diferenciar dos coletivos não-favelados (por exemplo, os [https://www.youthmappers.org/ youthmappers]) em sua maioria estrangeiros que se reconhecem como praticantes de um conceito chamado de [https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_cidad%C3%A3 Ciência Cidadã]. Apesar dos “fazedores” de mapas cidadãos produzirem mapas abertos de forma colaborativa e voluntária, algo de grande valor, eles são adeptos de uma visão de mundo mais alinhado com a crença que as ciências e tecnologias são neutras e positivas, enquanto nós acreditamos que os efeitos positivos, negativos ou nulos das ciências e das tecnologias dependem de onde, de quando e por quem elas são desenvolvidas. Veja a figura '''Não existem casas e edifícios nos Morros da Babilônia e do Chapéu Mangueira?'''
Fornazin nos convidou para escrevermos um verbete sobre o mapeamento colaborativo que estamos fazendo no Morro do Preventório. Pera aí, mapeamento colaborativo? Num primeiro momento a gente estranhou esse adjetivo para caracterizar o que fazemos no Preventório. Preferimos o termo mapeamento comunitário justamente para nos diferenciar dos coletivos não-favelados (por exemplo, os [https://www.youthmappers.org/ youthmappers]) em sua maioria estrangeiros que se reconhecem como praticantes de um conceito chamado de [https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_cidad%C3%A3 Ciência Cidadã]. Apesar dos “fazedores” de mapas cidadãos produzirem mapas abertos de forma colaborativa e voluntária, algo de grande valor, eles são adeptos de uma visão de mundo mais alinhado com a crença que as ciências e tecnologias são neutras e positivas, enquanto nós acreditamos que os efeitos positivos, negativos ou nulos das ciências e das tecnologias dependem de onde, de quando e por quem elas são desenvolvidas. Amplie a figura '''Não existem casas e edifícios nos Morros da Babilônia e do Chapéu Mangueira?'''


Isso não quer dizer que haja alguma contradição insuperável entre as formas de co-laborar dos métodos de mapeamento comunitário e colaborativo. Muito pelo contrário, o trabalhar em conjunto do método comunitário (a “colaboração” comunitária) que inventamos no Preventório utiliza muitas ferramentas produzidas pelos cientistas cidadãos. Contudo, nós conseguimos transgredir algumas assimetrias e opressões embutidas nessas ferramentas em favor de uma produção de conhecimentos que faça sentido para o território, que tenha a cara, o jeito e a voz de quem vive o território.
Isso não quer dizer que haja alguma contradição insuperável entre as formas de co-laborar dos métodos de mapeamento comunitário e colaborativo. Muito pelo contrário, o trabalhar em conjunto do método comunitário (a “colaboração” comunitária) que inventamos no Preventório utiliza muitas ferramentas produzidas pelos cientistas cidadãos. Contudo, nós conseguimos transgredir algumas assimetrias e opressões embutidas nessas ferramentas em favor de uma produção de conhecimentos que faça sentido para o território, que tenha a cara, o jeito e a voz de quem vive o território.
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