Mapeamento no Preventório: mudanças entre as edições

m
sem sumário de edição
m (edições nas legendas)
mSem resumo de edição
Linha 12: Linha 12:
Nós não descartamos a colaboração cidadã (que segue o viés da ciência cidadã e do conceito de cidadania) dos mapeadores da comunidade ''OpenStreetMaps''. Nós simplesmente cruzamos esse tipo de colaboração com as ações comunitárias e solidárias do Preventório. Exemplo desse cruzamento entre o comunitário e o cidadão foi o '''Mutirão Cidadão de Mapas Virtual Virtuoso''' que realizamos juntando mapeadores da comunidade ''OpenStreetMaps'' e pessoas que vivem o território. A rigor, as práticas de mapeamento colaborativo da comunidade ''OpenStreetMaps'' costumam convocar pessoas para produzirem mapas através de ''mapathons'' (maratonas para editar mapas), uma prática derivada das ''hackathons'' (maratonas hackers para desenvolver softwares) onde via de regra ocorre uma competição entre equipes na qual os melhores hackers são reconhecidos por seus feitos tecnológicos. Mesmo sendo as contribuições realizadas aos mapas ''OpenStreetMaps'' majoritariamente voluntárias, maratonas antes de mais nada são competições. Dado esse contexto, como você convoca pessoas numa favela para ajudar alguém através de uma competição? É possível? É possível. É estranho? Parece que sim. Por exemplo, quando alguém está precisando de ajuda para levantar uma laje na favela, a gente faz uma feijoada ou a gente faz uma maratona? Quando alguém está precisando de um remédio, a gente pede uma doação, faz uma rifa ou faz uma competição?
Nós não descartamos a colaboração cidadã (que segue o viés da ciência cidadã e do conceito de cidadania) dos mapeadores da comunidade ''OpenStreetMaps''. Nós simplesmente cruzamos esse tipo de colaboração com as ações comunitárias e solidárias do Preventório. Exemplo desse cruzamento entre o comunitário e o cidadão foi o '''Mutirão Cidadão de Mapas Virtual Virtuoso''' que realizamos juntando mapeadores da comunidade ''OpenStreetMaps'' e pessoas que vivem o território. A rigor, as práticas de mapeamento colaborativo da comunidade ''OpenStreetMaps'' costumam convocar pessoas para produzirem mapas através de ''mapathons'' (maratonas para editar mapas), uma prática derivada das ''hackathons'' (maratonas hackers para desenvolver softwares) onde via de regra ocorre uma competição entre equipes na qual os melhores hackers são reconhecidos por seus feitos tecnológicos. Mesmo sendo as contribuições realizadas aos mapas ''OpenStreetMaps'' majoritariamente voluntárias, maratonas antes de mais nada são competições. Dado esse contexto, como você convoca pessoas numa favela para ajudar alguém através de uma competição? É possível? É possível. É estranho? Parece que sim. Por exemplo, quando alguém está precisando de ajuda para levantar uma laje na favela, a gente faz uma feijoada ou a gente faz uma maratona? Quando alguém está precisando de um remédio, a gente pede uma doação, faz uma rifa ou faz uma competição?


Pensando nessas questões, a gente converteu a proposta da ''mapathon'' em um convite às comunidades tanto de mapeadores quanto de moradores para um Mutirão-Oficina de Mapas (talvez esse tenha sido o primeiro mutirão de mapas do OpenStreetMaps). Fizemos um convite. Um convite transgressor que cruzou conceitos e contextos diferentes: o mutirão, a cidadania, o virtual, a presença, a colaboração, a solidariedade. Será que a colaboração independentemente de ser comunitária ou cidadã começa com um convite? Será que os convites transgressores são mais potentes? Será que eles produzem conhecimentos mais potentes e mais diversos?  Amplie a imagem '''Preventório antes e depois da atuação dos mapeadores comunitários''' e veja como um vazio cidadão virtual se converteu em pontos luminosos de cidadania comunitária.
Pensando nessas questões, a gente converteu a proposta da ''mapathon'' em um convite às comunidades tanto de mapeadores quanto de moradores para um Mutirão-Oficina de Mapas (talvez esse tenha sido o primeiro mutirão de mapas do OpenStreetMaps). Fizemos um convite. Um convite transgressor que cruzou conceitos e contextos diferentes: o mutirão, a cidadania, o virtual, a presença, a colaboração, a solidariedade. Será que a colaboração independentemente de ser comunitária ou cidadã começa com um convite? Será que os convites transgressores são mais potentes? Será que eles produzem conhecimentos mais potentes e mais diversos?  Amplie a imagem '''Preventório antes e depois da atuação dos mapeadores comunitários''' e veja como um vazio cidadão virtual se converteu em pontos luminosos de cidadania comunitária. Leia as perguntas da legenda e colabore com este verbete matutando sobre nossas dúvidas mais sinceras do que provocativas.
[[Arquivo:Antes depois intervenção dos mapeadores comunitários.png|centro|commoldura|'''Morro do Preventório antes e depois da atuação dos mapeadores comunitários:''' o apagamento da colaboração cidadã virtual transgredida em luminosidade de uma espécie de cidadania comunitária.]]
[[Arquivo:Antes depois intervenção dos mapeadores comunitários.png|centro|commoldura|'''Morro do Preventório antes e depois da atuação dos mapeadores comunitários:''' o apagão cidadão virtual transgredido na luminosidade da cidadania comunitária. A colaboração cidadã virtual pode produzir apagamentos? Não mapear é uma escolha política?]]
== As Quatro Dimensões ==
== As Quatro Dimensões ==
Após quase dois anos de projeto, formalizamos uma metodologia de trabalho a partir de uma oficina. Ela foi ministrada a pedido do Projeto Tamo Junto, do Dicionário de Favelas Marielle Franco, em 2021. A metodologia conta com quatro dimensões a serem levadas em consideração no ato de mapear: Legitimidade; Planejamento Comunitário; Mapeamento e Ações Locais; e Tecnologias. Elas estão interligadas, de modo que, ao tratarmos de uma dimensão, é impossível não tratarmos das outras ao mesmo tempo.
Após quase dois anos de projeto, formalizamos uma metodologia de trabalho a partir de uma oficina. Ela foi ministrada a pedido do Projeto Tamo Junto, do Dicionário de Favelas Marielle Franco, em 2021. A metodologia conta com quatro dimensões a serem levadas em consideração no ato de mapear: Legitimidade; Planejamento Comunitário; Mapeamento e Ações Locais; e Tecnologias. Elas estão interligadas, de modo que, ao tratarmos de uma dimensão, é impossível não tratarmos das outras ao mesmo tempo.
32

edições