Portal Viva Favela: mudanças entre as edições

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===== Fotografia =====
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[[Arquivo:Queimados. Foto de Walter Mesquita.jpg|direita|semmoldura|700x700px]]
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A produção fotográfica do Viva Favela, em sua fase inicial (2001 a 2005), refletiu, em grande parte, as relações de proximidade e afetividade que a reduzida equipe de fotógrafos tinha com os seus espaços de vivência. E foi justamente esta a razão tanto da sua beleza, quanto da eficácia. Se o principal objetivo do portal era fugir do enquadramento que os grandes jornais davam às regiões de favelas e periferias, o referencial de fotojornalismo conhecido pela maioria dos habitantes desses espaços da cidade não era um bom parâmetro a ser seguido pela editoria de fotografia. Se o desafio de todos que embarcaram naquela experiência era buscar fazer diferente do modelo (ou anti-modelo) vigente de produção de informação jornalística, o primeiro passo era respeitar e valorizar os olhares que vinham de dentro, ou seja, dos fotógrafos - Deise Lane, Nando Dias, Rodrigues Moura, Tony Barros e Walter Mesquita -, carregados com as suas subjetividades e sensibilidades. Era apenas preciso conhecer um pouco mais sobre a linguagem fotográfica, de modo a se expressar melhor com aquele alfabeto e, principalmente, contar histórias com imagens ou criar narrativas com fotografias.   
A produção fotográfica do Viva Favela, em sua fase inicial (2001 a 2005), refletiu, em grande parte, as relações de proximidade e afetividade que a reduzida equipe de fotógrafos tinha com os seus espaços de vivência. E foi justamente esta a razão tanto da sua beleza, quanto da eficácia. Se o principal objetivo do portal era fugir do enquadramento que os grandes jornais davam às regiões de favelas e periferias, o referencial de fotojornalismo conhecido pela maioria dos habitantes desses espaços da cidade não era um bom parâmetro a ser seguido pela editoria de fotografia. Se o desafio de todos que embarcaram naquela experiência era buscar fazer diferente do modelo (ou anti-modelo) vigente de produção de informação jornalística, o primeiro passo era respeitar e valorizar os olhares que vinham de dentro, ou seja, dos fotógrafos - Deise Lane, Nando Dias, Rodrigues Moura, Tony Barros e Walter Mesquita -, carregados com as suas subjetividades e sensibilidades. Era apenas preciso conhecer um pouco mais sobre a linguagem fotográfica, de modo a poderem se expressar melhor com aquele alfabeto e, principalmente, a contarem histórias com imagens - ou criar narrativas com fotografias.   


Quando perceberam que fotografar pessoas era uma maneira de estabelecer relações sociais, a equipe foi dando dando formas visuais a relações de respeito, cumplicidade e afetividade – nos próprios territórios ou em outros que passavam a conhecer por força do trabalho no portal. Esse foi o caminho pavimentado para criar uma forma de comunicar baseada no respeito aos direitos humanos.      
Quando perceberam que fotografar pessoas era uma maneira de estabelecer relações sociais, a equipe foi dando formas visuais a relações de respeito, cumplicidade e afetividade – nos próprios territórios ou em outros que passavam a conhecer por força do trabalho no portal. Esse foi o caminho pavimentado para criar uma forma de comunicar baseada no respeito aos direitos humanos.      


Enquanto a equipe de reportagem tinha dez correspondentes de texto, havia somente cinco fotógrafos que,, portanto, precisavam cobrir o dobro de pautas em relação aos seus parceiros repórteres – a própria área de moradia e mais uma. No imenso universo de favelas espalhado pelo Rio de Janeiro, a opção do portal, frente a suas limitações, havia sido fazer uma cobertura concentrada em dez áreas de favelas e periferias, nas zonas norte, sul e oeste da cidade, além da Baixada Fluminense. Não foi fácil, mas cada um (a) foi encontrando seu caminho autoral e o trabalho de fotografia do portal passou a ganhar destaque.
Enquanto a equipe de reportagem tinha dez correspondentes de texto, havia somente cinco fotógrafos que, portanto, precisavam cobrir o dobro de pautas em relação aos seus parceiros repórteres – a própria área de moradia e mais uma. No imenso universo de favelas espalhado pelo Rio de Janeiro, a opção do portal, frente a suas limitações, havia sido fazer uma cobertura concentrada em dez áreas de favelas e periferias, nas zonas norte, sul e oeste da cidade, além da Baixada Fluminense. Não foi fácil, mas cada um (a) foi encontrando o seu caminho autoral e o trabalho de fotografia do portal passou a ganhar destaque. Passamos a participar do maior festival de fotografia da cidade, o [https://www.fotorio.fot.br/ FotoRio], e de seus encontros de "inclusão visual", além de muitas exposições. Textos e fotos eram também republicados na imprensa (com os devidos créditos).


Apesar dos recursos escassos, em termos de equipamento, foram produzidas cerca de 40 mil imagens fotográficas, nos cinco anos iniciais do portal.
Apesar dos recursos escassos, em termos de equipamento, foram produzidas cerca de 40 mil imagens fotográficas, nos cinco anos iniciais do portal.