Centro Cultural Cambinda Estrela: mudanças entre as edições

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  Informações retiradas do site oficial do centro.
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[[Arquivo:Logo do Centro Cultural..jpg|alt=Fundo branco com rabiscos vermelhos nas bordas. No centro, o desenho de um peixe saindo de um tambor de cores vermelha e amarela. Ao lado, na cor vermelha, os dizeres: "Centro Cultural Cambinda Estrela".|centro|miniaturadaimagem|460x460px|Marca do Centro Cultural Cambinda Estrela.]]
O Centro Cultural Cambinda Estrela, com 85 anos de fundação, surgiu da necessidade de desenvolver ações de promoção da cultura afro-brasileira, inclusão social e [[O combate ao racismo é um dever diário (artigo)|combate ao racismo]], realizando a salvaguarda da cultura do Maracatu Nação e das demais linguagens da cultura popular do povo nagô em Pernambuco, envolvidas na tradição do Maracatu.  Tem por missão promover, oportunizar, defender, lutar pelos direitos de cidadania de brasileiros excluídos social, econômica e culturalmente, principalmente crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade pessoal e social. [[Arquivo:Logo do Centro Cultural..jpg|alt=Fundo branco com rabiscos vermelhos nas bordas. No centro, o desenho de um peixe saindo de um tambor de cores vermelha e amarela. Ao lado, na cor vermelha, os dizeres: "Centro Cultural Cambinda Estrela".|centro|miniaturadaimagem|460x460px|Marca do Centro Cultural Cambinda Estrela.]]
O Centro Cultural Cambinda Estrela, com 85 anos de fundação, surgiu da necessidade de desenvolver ações de promoção da cultura afrobrasileira, inclusão social e combate ao racismo, realizando a salvaguarda da cultura do Maracatu Nação e das demais linguagens da cultura popular do povo nagô em Pernambuco, envolvidas na tradição do Maracatu.  Tem por missão promover, oportunizar, defender, lutar pelos direitos de cidadania de brasileiros excluídos social, econômica e culturalmente, principalmente crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade pessoal e social.  
 
== História do Cambinda Estrela ==
== História do Cambinda Estrela ==
Fundado no Alto Santa Isabel, bairro de Casa Amarela, em '''07 de setembro de 1935''', o Cambinda Estrela surgiu como maracatu de baque solto (também conhecido como maracatu de orquestra ou rural) e nessa modalidade atuou até provavelmente o início dos anos 1960. O Cambinda Estrela foi fundado por trabalhadores migrantes da zona da mata norte do Estado de Pernambuco, e que na zona norte da cidade do Recife reconstruíram fortes redes de sociabilidade. Nas lembranças de Dona Leinha, filha de um dos fundadores do maracatu, o convívio entre parentes e amigos fazia o quotidiano mais suportável e o Cambinda o lugar da alegria e da diversão. Muitos moradores idosos do Alto Santa Isabel ainda se lembram com saudades do maracatu, e de seu famoso mestre, o Sr.Tercílio, considerado um mestre de primeira categoria por sua capacidade de improvisação e beleza das toadas que compunha. O Sr. Tercílio criou fama entre os maracatuzeiros de ser um excelente versejador. “Como ele não tinha igual!”, afirma o senhor Zezinho, morador do Alto, e que quando jovem saia no grupo como caboclo de lança.
Fundado no Alto Santa Isabel, bairro de [[Casa Amarela (favela)|Casa Amarela]], em '''07 de setembro de 1935''', o Cambinda Estrela surgiu como maracatu de baque solto (também conhecido como maracatu de orquestra ou rural) e nessa modalidade atuou até provavelmente o início dos anos 1960. O Cambinda Estrela foi fundado por trabalhadores migrantes da zona da mata norte do Estado de Pernambuco, e que na zona norte da cidade do Recife reconstruíram fortes redes de sociabilidade. Nas lembranças de Dona Leinha, filha de um dos fundadores do maracatu, o convívio entre parentes e amigos fazia o quotidiano mais suportável e o Cambinda o lugar da alegria e da diversão. Muitos moradores idosos do Alto Santa Isabel ainda se lembram com saudades do maracatu, e de seu famoso mestre, o Sr.Tercílio, considerado um mestre de primeira categoria por sua capacidade de improvisação e beleza das toadas que compunha. O Sr. Tercílio criou fama entre os maracatuzeiros de ser um excelente versejador. “Como ele não tinha igual!”, afirma o senhor Zezinho, morador do Alto, e que quando jovem saia no grupo como caboclo de lança.


Foi enquanto maracatu de baque solto que o Cambinda Estrela foi objeto de estudo do maestro ''César Guerra Peixe'', um dos primeiros estudiosos a diferenciar as modalidades de maracatu bem como a respeitá-la em sua diversidade. As observações de Guerra Peixe em seu livro ''Maracatus do Recife'' atestam a importância do Cambinda no universo dos maracatus de orquestra da época. Não obstante, como maracatu de orquestra, o Cambinda Estrela sofreu as mesmas pressões que existiram sobre esta modalidade rítmica, e que impeliram vários grupos para a mudança de baque, a exemplo do Indiano e Cruzeiro do Forte. Não se pode precisar com certeza quando esta mudança ocorreu, mas a transformação do baque não acarretou a desestruturação do grupo. O maracatu se re-configurou para acrescentar novos membros ao seu grupo, destacando-se a atuação do famoso carnavalesco Mário Miranda, também afamado pai-de-santo da comunidade do Alto Santa Isabel, mais conhecido como Maria Aparecida e carnavalesco afamado. O Cambinda Estrela, nesses anos, conquistou espaços, e alguns títulos.
Foi enquanto maracatu de baque solto que o Cambinda Estrela foi objeto de estudo do maestro ''César Guerra Peixe'', um dos primeiros estudiosos a diferenciar as modalidades de maracatu bem como a respeitá-la em sua diversidade. As observações de Guerra Peixe em seu livro ''Maracatus do Recife'' atestam a importância do Cambinda no universo dos maracatus de orquestra da época. Não obstante, como maracatu de orquestra, o Cambinda Estrela sofreu as mesmas pressões que existiram sobre esta modalidade rítmica, e que impeliram vários grupos para a mudança de baque, a exemplo do Indiano e Cruzeiro do Forte. Não se pode precisar com certeza quando esta mudança ocorreu, mas a transformação do baque não acarretou a desestruturação do grupo. O maracatu se re-configurou para acrescentar novos membros ao seu grupo, destacando-se a atuação do famoso carnavalesco Mário Miranda, também afamado pai-de-santo da comunidade do Alto Santa Isabel, mais conhecido como Maria Aparecida e carnavalesco afamado. O Cambinda Estrela, nesses anos, conquistou espaços, e alguns títulos.
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== Projeto Social Cambinda Estrela ==
== Projeto Social Cambinda Estrela ==
Desde 2001, o Centro Cultural Cambinda Estrela - Maracatu Nação Cambinda Estrela vem desenvolvendo o '''Projeto Social Cambinda Estrela''', ministrando ao longo de todo o ano cursos de percussão geral, corte e costura, bordados, produção de adereços, dança afro e popular, capoeira, canto (toadas/loas), roda de leitura, cine – clube, debates/ seminários sobre raça, gênero, orientação sexual, cultura negra, saúde, cidadania e direitos humanos, confecção de instrumentos percussivos, oficinas sobre a beleza e estética afro, grafitagem, aulas de alfabetização, reforço escolar para os alunos do fundamental, médio e universitários para meninos e meninas da comunidade de Chão de Estrelas adjacências, zona norte da cidade do Recife. Ao longo desses anos de trabalho podemos afirmar que pequenas ações como os cursos ministrados contribuem efetivamente para a sociabilidade dos meninos e meninas, bem como as aulas têm se mostrado um excelente espaço para a afirmação da identidade sócio educacional e cultural das comunidades de afro-descendentes, o que tem fortes imbricações na questão da cidadania e da inclusão social.
Desde 2001, o Centro Cultural Cambinda Estrela - Maracatu Nação Cambinda Estrela vem desenvolvendo o '''Projeto Social Cambinda Estrela''', ministrando ao longo de todo o ano cursos de percussão geral, [[Costurando Sonhos Brasil (projeto)|corte e costura]], bordados, produção de adereços, dança afro e popular, capoeira, canto (toadas/loas), roda de leitura, cine – clube, debates/ seminários sobre raça, gênero, orientação sexual, cultura negra, saúde, cidadania e direitos humanos, confecção de instrumentos percussivos, oficinas sobre a beleza e estética afro, grafitagem, aulas de alfabetização, reforço escolar para os alunos do fundamental, médio e universitários para meninos e meninas da comunidade de Chão de Estrelas adjacências, zona norte da cidade do Recife. Ao longo desses anos de trabalho podemos afirmar que pequenas ações como os cursos ministrados contribuem efetivamente para a sociabilidade dos meninos e meninas, bem como as aulas têm se mostrado um excelente espaço para a afirmação da identidade sócio educacional e cultural das comunidades de afro-descendentes, o que tem fortes imbricações na questão da cidadania e da inclusão social.


É importante salientar que, desde 2006, em parceria com escolas particulares da região da zona norte do Recife, a exemplo do Colégio e curso 2001, Invest Centro Educacional e Escola Carrossel o Cambinda Estrela vem mantendo cerca de 30 de seus alunos nas escolas, através do '''Projeto Político Pedagógico:''' ''Alunos Cambinda: educação, arte e cultura'', promovendo um acompanhamento extraescolar com os alunos, sendo responsável por toda aquisição dos materiais didáticos, fardamentos e atividades extras.  
É importante salientar que, desde 2006, em parceria com escolas particulares da região da zona norte do Recife, a exemplo do Colégio e curso 2001, Invest Centro Educacional e Escola Carrossel o Cambinda Estrela vem mantendo cerca de 30 de seus alunos nas escolas, através do '''Projeto Político Pedagógico:''' ''Alunos Cambinda: educação, arte e cultura'', promovendo um acompanhamento extraescolar com os alunos, sendo responsável por toda aquisição dos materiais didáticos, fardamentos e atividades extras.  
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