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====== José Cláudio Alves ====== | ====== José Cláudio Alves ====== | ||
A formulação de uma história da Baixada Fluminense atentando para as relações de poder, sobretudo na construção do Estado. No caso da Baixada, essa violência específica es concretizará a partir do final dos anos 60 até os dias de hoje, através das execuções sumárias realizadas por grupos de extermínio. As execuções sumárias correspondem à base de um modelo de dominação política estabelecida pelo poder local e relacionada com os interesses "supra locais" de outros grupos políticos, Estado, sistema de justiça, setores econômicos e processos eleitorais associam-se na construção dessa forma de poder extremamente permeável ao uso da violência e àqueles que a empregam. A persistência dos elevados índices de homicídios na Baixada Fluminense, apesar das inúmeras políticas de segurança adotadas ao longo de mais de 30 anos, confirmam não a incapacidade ou ineficiência do Estado, mas sua permeabilidade aos interesses que o constituem e que encontram nesse padrão de violência uma de suas bases de sustentação. | A formulação de uma história da Baixada Fluminense atentando para as relações de poder, sobretudo na construção do Estado. No caso da Baixada, essa violência específica es concretizará a partir do final dos anos 60 até os dias de hoje, através das execuções sumárias realizadas por grupos de extermínio. As execuções sumárias correspondem à base de um modelo de dominação política estabelecida pelo poder local e relacionada com os interesses "supra locais" de outros grupos políticos, Estado, sistema de justiça, setores econômicos e processos eleitorais associam-se na construção dessa forma de poder extremamente permeável ao uso da violência e àqueles que a empregam. A persistência dos elevados índices de homicídios na Baixada Fluminense, apesar das inúmeras políticas de segurança adotadas ao longo de mais de 30 anos, confirmam não a incapacidade ou ineficiência do Estado, mas sua permeabilidade aos interesses que o constituem e que encontram nesse padrão de violência uma de suas bases de sustentação. | ||
====== Alba Zaluar ====== | |||
Alba Zaluar mobiliza diferentes personagens para discutir a violência no Rio de Janeiro e, em especial, nas favelas, especificamente o trabalhador, o bandido, e o malandro. Enquanto o malandro se refere ao modelo antigo da criminalidade no Rio de Janeiro, que seria bem-sucedido pela astúcia e pelo subterfúgio, o bandido obtém sucesso pelo emprego da violência, particularmente da violência armada, que, como Misse discute, emerge e se prolifera nos grandes centros urbanos do Brasil a partir da década de 1950. O trabalhador, por sua vez, figura central e perene das relações sociais que concernem ao trabalho de Zaluar, que é apresentado ora em tensão, ora em harmonia com as figuras do bandido e, antigamente, do malandro. Uma quarta figura é introduzida à discussão quando os trabalhadores parecem harmonizar com bandidos: “o injustiçado, o ‘revoltado’, o morto de vida trágica e morte sem sentido” (p. 136). Nessa posição, o bandido é visto não como um problema, mas como uma figura dotada de importância social e muitas vezes equiparado ao trabalhador pobre, que, assim como o bandido/revoltado, frequentemente sofre pela violência de Estado e pelas violências que, a eles, o Estado não oferece proteção. | |||
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