Relíquias da Provi: mudanças entre as edições

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=== '''Machado de Assis - Relíquia da Providência''' ===
Machado de Assis, celebrado como um dos maiores escritores da literatura brasileira, é também considerado uma "relíquia" do Morro da Providência. Embora tenha vivido em diferentes partes do Rio de Janeiro, sua história está intimamente ligada à região central e portuária, próxima ao morro, que simboliza a resistência e a riqueza cultural afro-brasileira. Filho de uma lavadeira e de um pintor de paredes, Machado de Assis superou as adversidades de uma origem humilde para se tornar um ícone literário, refletindo em sua obra as complexidades sociais e culturais do Brasil. Sua trajetória personifica a resiliência e a criatividade do povo da Providência, fazendo dele uma relíquia não apenas da literatura, mas também da identidade histórica desse território.
=== Cocheiro Manoel Alves ===
Um cocheiro negro livre de grande prestígio na Corte Imperial, é uma figura emblemática na história do Morro da Providência. Nos primeiros meses de 1875, aos 28 anos, ele se destacou por conduzir “o tílburi mais elegante da cidade” e se tornou o preferido da elite da época. Enamorado, decidiu constituir família e procurou uma moradia que unisse dignidade e acessibilidade financeira. Assim, mudou-se para o alto do Morro da Providência, onde encontrou um lugar seguro e gratuito para construir seu lar, em meio a uma comunidade de trabalhadores como ele. Manoel Alves, com sua trajetória de vida, simboliza a resiliência e o espírito de sobrevivência que marcaram os primeiros habitantes do Morro da Providência, tornando-se uma verdadeira relíquia desse território. Sua história, de luta e adaptação, ecoa a experiência de muitos que encontraram no morro um refúgio e uma oportunidade de vida digna em uma cidade marcada pela desigualdade.
=== Honorata ===
Honorata é uma figura icônica na história do Morro da Providência, representando a luta e a conquista da liberdade dos afrodescendentes. Em 1876, após obter sua alforria por meio de uma relação de dependência com seu antigo senhor, Honorata se estabeleceu na parte alta do morro, com a ajuda dele. Sua chegada marcou a intensificação da presença negra na comunidade, à medida que outros trabalhadores afrodescendentes também buscavam espaços de autonomia. Honorata, com sua postura altiva e determinação, tornou-se uma relíquia da Providência, simbolizando a força e a resistência das mulheres negras em busca de uma vida digna e independente, mesmo diante dos desafios impostos pela sociedade da época.


=== Tia Aurenir ===
=== Tia Aurenir ===
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=== Ângela Sol ===
=== Ângela Sol ===
É cria da Providência, cantora e compositora, mas sua notoriedade se dá como backing vocal pelas inúmeras gravações de samba enredos da maioria das escolas do grupo A e também de participações em discos e cds de artistas renomados como: Jovelina Pérola Negra, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, Neguinho da Beija Flor, Martinho da Vila entre outros.
É cria da Providência, cantora e compositora, mas sua notoriedade se dá como backing vocal pelas inúmeras gravações de samba enredos da maioria das escolas do grupo A e também de participações em discos e cds de artistas renomados como: Jovelina Pérola Negra, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, Neguinho da Beija Flor, Martinho da Vila entre outros.
=== '''Eron Cesar dos Santos''' ===
Morador do Morro da Providência, biólogo de formação e contra-mestre de capoeira do Grupo Ventre Livre, com mais de 20 anos de participação ativa no núcleo de capoeira do morro. Historiador autodidata, Eron é o criador do blog Museu Comunitário da Providência, onde, ao lado do morador Roberto Marinho, narra as histórias e memórias do Morro da Providência. Além disso, Eron se dedica a guiar visitas pelo morro, compartilhando seu vasto conhecimento sobre a cultura e a história local, contribuindo para a preservação e valorização do patrimônio da comunidade.
=== Maurício Hora ===
Renomado artista e morador do Morro da Providência, amplamente reconhecido como uma das maiores referências culturais da comunidade. Pioneiro na fotografia dentro de favelas, Maurício foi um dos primeiros a capturar imagens autênticas e reveladoras da vida no Morro, oferecendo uma visão íntima e respeitosa da realidade local. Seu trabalho fotográfico é um reflexo vibrante da vida e das histórias do Morro, celebrando a identidade e a resistência dos moradores da favela. Com um estilo único e inovador, ele não só documenta o Morro, mas também inspira novas gerações a valorizar e preservar sua herança cultural.
=== Dona Iraci ===
Morou desde a sua infância aqui na Providência, vivenciou diversas transformações da região e foi um dos pilares das atividades religiosas e culturais da cultura negra do centro do Rio. Além disso, foi a primeira presidente da Associação dos Moradores e membro do Conselho de Anciãos do Quilombo Pedra do Sal. Dona Iraci faleceu em 2020, mas sua memória permanece entre nós. Viva Dona Iraci dos Santos!
=== Maria ===
Maria é mais do que uma moradora da Providência; ela é um verdadeiro ícone da comunidade. Super prestativa e sempre presente, sua generosidade e franqueza descompromissada a tornaram uma figura central na favela. Não há um morador que não a conheça, e, em muitos casos, ela é até referência para se descobrir se alguém é realmente da comunidade — basta perguntar se conhece a Maria. Transitando pelas vielas da favela, Maria mobiliza afetos e alegrias de forma natural, tocando o coração de dezenas de gerações. Sua presença é sinônimo de acolhimento e união, criando laços que atravessam o tempo. Cada gesto seu, por mais simples que seja, carrega um profundo senso de comunidade e pertencimento, tornando-a um pilar indispensável na vida da Providência. Maria não é apenas uma pessoa; ela é a personificação do espírito coletivo que faz da favela um lugar de resistência e esperança.
=== Dona Jura ===
É uma autêntica relíquia do Morro da Providência, é a carismática chef e proprietária do famoso "Bar da Jura", situado na Praça Américo Brum. Nascida em Pernambuco e retirante desde os 3 anos de idade, Dona Jura encontrou no Morro da Providência seu lar e palco para expressar seu talento culinário. Em 2012, seu talento foi amplamente reconhecido quando conquistou diversos prêmios no Festival Gastronômico Sabores do Porto, incluindo o de melhor prato e a cerveja mais gelada da região portuária. Seus pratos, sempre elogiados, continuam a encantar paladares, tanto dos moradores do morro quanto de visitantes, consolidando-se como uma figura icônica da culinária local e um orgulho da Providência.


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