Comunidade chamada Chapéu Mangueira: mudanças entre as edições

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= A Identidade Cultural do Chapéu Mangueira =
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De acordo com os registros e depoimentos de moradores antigos, constata-se que a comunidade do Chapéu Mangueira recebeu influências de pessoas vindas de várias regiões do Brasil. Segundo as fichas de inscrição de sócios da Associação, confirma-se que os primeiros a povoarem a região, entre os anos 1911 e 1912, foram famílias cujos chefes eram trabalhadores do Forte Duque de Caxias.
Percebe-se, também, que a maioria dos moradores vinha do Estado de Minas Gerais(24.8%), sendo que 98% eram de etnia negra. Somente nos anos 30 começou a ser traçado o perfil da comunidade, já havendo a mistura entre mineiros e fluminenses, como também com pernambucanos, paraibanos e capixabas, que começaram a se alojar nos anos 50. As famílias mineiras, segundo Gibeon, foram consideradas como as mais tradicionais, sendo que uma grande parte veio de cidades como Além Paraíba e Leopoldina, sendo os Ferreira, Silva, Ponciano, Souza e Santos os mais antigos, estando, em 2006, em sua quarta geração.
Nessas famílias, muitos tiveram destaque na organização da comunidade. No entanto, três personalidades tornaram-se demasiadamente relevantes para a história, diante dos trabalhos realizados: Maria Conceição Ferreira Pinto, “Dona Filhinha”, Marcilia Ferreira da Silva, “Dona Marcela” e Benedita da Silva.
Os cearenses são os segundos em relação à ocupação do Chapéu Mangueira, representando 18% dos moradores. Desse percentual, 90% foram classificados como brancos e 10% pardos, de origem branca ou indígena. De acordo com o trabalho de Gibeon, muitos chegaram nos anos 50, provenientes das cidades de Cariré, Sobral, Reriutaba, Guaraciaba e Santa Quitéria. Entretanto, a imigração não obedecia ao mesmo mecanismo que o dos mineiros.
Primeiro vinha o chefe de família, praticamente empregado por parentes nas atividades de cozinha, restaurantes, hotéis e obras. Após conseguir certa estabilidade, eles traziam suas famílias: os Souza, Brito, Rodrigues, Costa, Mesquita, Ferreira, Silva, Carneiro e Cosia.
Um dado que difere os cearenses dos demais está na união entre os conterrâneos. Sua união não se limitava somente no emprego, mas também no lazer e na hora de misturar suas famílias. Sua locomoção também era dada com facilidade, assim que melhoravam suas condições de vida.
Assim, segundo Gibeon, a fidelidade e a determinação do cearense com o que se propunha fazer foi muito importante para o desenvolvimento da favela, ou melhor, “das favelas”. Dentre eles, podem-se destacar os Srs. Joaquim Alves Carneiro, Macário da Silva, Vicente Bonfim, Francisco Rodrigues, Francisco Martins de Lira e a Sra. Antônia Rodrigues de Lira.
Já os Fluminenses, com 16,6%, começaram a chegar nos anos 30 de Campos, Macuco e Santa Maria Madelena. Essas grandes famílias foram bastante importantes na formação da comunidade, principalmente as famílias Medina, Oliveira e Pereira. Algumas dessas famílias também ocupam a quarta geração, assim como os tradicionais mineiros.
Os cariocas, de acordo com a pesquisa levantada por Gibeon, assumiram inicialmente um comportamento destoante dos demais. A característica mais importante é que os primeiros, que chegaram nos anos 30, só se relacionavam entre eles e com os fluminenses, havendo uma nítida relação de preconceito, mais marcada com os nordestinos.
De acordo com os dados históricos, os primeiros cariocas vieram de favelas como Rocinha, Cantagalo, Cabritos e a vizinha Babilônia, sendo que muitos não possuíam o mesmo comprometimento que os demais possuíam com a comunidade, Logo, na culinária e na música, os cariocas juntamente com os mineiros, predominavam. “O feijão era o preto, o peixe era o frito. O samba, o chorinho e o jongo eram o que se ouvia. Futebol e natação eram os esportes praticados. Dessas famílias, podemos destacar: André, Teixeira, Samuel, Santos e Souza e os Muniz”.


 
 
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