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Espaços Públicos da Cultura Negra em Porto Alegre - Dicionário de Favelas Marielle Franco

Espaços Públicos da Cultura Negra em Porto Alegre

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Revisão de 15h25min de 28 de setembro de 2023 por Manhaes (discussão | contribs)

Resumo

Quatro importantes espaços públicos para a história e cultura negra em Porto Alegre (RS).

Largo Zumbi dos Palmares

Largo Zumbi dos Palmares. Reprodução: Marco Favero / Agência RBS


Também conhecido como largo da Epatur, o espaço entre as avenidas José do Patrocínio e João Alfredo, junto à Avenida Loureiro da Silva, chama-se oficialmente Largo Zumbi dos Palmares, em homenagem ao líder quilombola que se tornou um ícone brasileiro na luta contra a escravidão no final do século 17. Esse logradouro era coberto por um matagal no século 19, e servia de esconderijo para escravos fugitivos. Nos anos 1970, abrigava reuniões e rodas de capoeira de movimentos de resistência de afrodescendentes nos anos 1970 — até hoje é palco de manifestações.


Bará do Mercado

Bará do Mercado. Reprodução: Adréa Graiz / Agência RBS


Construído por escravos, o Mercado Público é um lugar sagrado para o povo negro em Porto Alegre, especialmente na encruzilhada dos quatro corredores centrais. Ali, sob o mosaico de pedras e bronze, religiosos de matriz africana acreditam que está o Bará, orixá que tem o poder de abrir caminhos. Ele foi parar ali após ser assentado, ou seja, fixado em algum objeto por meio de rituais. Uma das versões sobre a origem diz que o Príncipe Custódio, vindo da África, fez esse assentamento no Mercado e em lugares como o Palácio Piratini, na Igreja das Dores e no antigo Patíbulo da Rua dos Andradas.


Largo da Forca

Largo da Forca. Reprodução: Marco Favero / Agência RBS


No lugar onde hoje fica a Praça Brigadeiro Sampaio, entre a Avenida João Goulart e a Rua dos Andradas, no Centro Histórico, existia o chamado “Largo da Forca” no início da colonização da Capital. Era lá onde os senhores penalizavam os escravos acusados de roubo, com chibatadas ou mesmo com a morte. No local, fica hoje o monumento O Tambor, inaugurado em 2010. Ele foi criado a partir dos debates entre artistas e griôs (guardiões da memória), na cor amarela em homenagem ao orixá Oxum.

Igreja do Rosário

Igreja do Rosário. Reprodução: Marco Favero / Agência RBS


O templo original da Igreja do Rosário, na Rua Vigário José Inácio, no Centro Histórico, foi erguido entre 1817 e 1827 pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, constituída de negros livres e escravizados. Essa irmandade nasceu em 1786, um século antes da abolição, e, além de trabalhar para melhorar as condições materiais e intelectuais dos seus membros, distribuía cartas de alforria entre eles. O prédio foi demolido na década de 1950 e substituído pelo atual.