Dicionário de Favelas Marielle Franco
Memória Viva é um projeto que reúne entrevistas com lideranças comunitárias de vários territórios da cidade do Rio de Janeiro, produzida pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco.
Descubra, produza e compartilhe histórias e memórias das favelas e periferias
Nós somos uma plataforma virtual de acesso aberto para a coleção e produção de conhecimentos sobre favelas e periferias. Buscamos estimular a coleta e construção coletiva do conhecimento existente sobre as favelas e periferias de todo o Brasil, por meio da articulação de uma rede de parceiros, tanto nas academias quanto nas instituições produtoras de conhecimentos existentes nos próprios territórios. Faça parte você também!
Verbete em destaque
Empreendedorismo favelado ou empreendedorismo de/em favelas popularmente designa o fenômeno do empreendedorismo social focado em iniciativas e/ou lideranças vinculadas à realidade de favelas e periferias. Tal termo tem sido crescentemente debatido no Brasil e no mundo, tanto conceitualmente, a partir de pesquisas no campo das Ciências Sociais, quanto em termos de seus desdobramentos políticos e sociais, na grande mídia e nos diversos meios de comunicação.
Autoria: Fernanda Pernasetti
Outras Palavras
Em diferentes cidades do Brasil, avançam propostas de utilização de mecanismos de reconhecimento facial nas políticas públicas de segurança. Em Vitória, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e vários outros locais, com preocupação vemos o sistema de reconhecimento facial servir como uma ferramenta de impulsionamento do encarceramento em massa. Pesquisadores e ativistas apontam que tais mecanismos têm um problema estrutural: são alimentados por bases de dados que reproduzem desigualdades raciais, fazendo com que mais pessoas negras sejam identificadas como suspeitas, descortinando uma discussão em torno do “racismo algorítmico”. Um breve retorno à história da criminologia no Brasil nos revela que não é nova a constituição de um perfil que seria considerado criminoso apenas por existir; um arquétipo suspeito. E, com um olhar cuidadoso aos atores mobilizados pelas políticas contemporâneas de segurança pública, podemos notar que Lombroso, Garófalo e Ferri [pensadores da Escola Positiva Italiana] não morreram; pelo contrário: se fazem presentes nos bancos de dados que alimentam os sistemas de reconhecimento facial, se fazem presentes nos operadores das políticas públicas de segurança e se fazem presente na estrutura de Estado. Em 2019, mais de 90% dos presos por reconhecimento facial no Brasil eram pessoas negras. O combo racismo + proibicionsimo segue tornando a liberdade um horizonte distante da vida de jovens negros e pobres no nosso país. No Dicionário de Favelas Marielle Franco, podemos entender alguns dos efeitos do encarceramento na vida da população pobre, negra e moradora de favelas e periferias. Um dos exemplos é o verbete “Lutar não é Crime”, onde fica explicitado como a estrutura de estado, por meio de sistema de justiça e sistema prisional, age nas favelas e periferias em um horizonte de violação de direitos e inviabilização da existência digna de determinadas populações, notadamente negros e negras. Nem sempre tais ações foram arquitetadas a partir das tecnologias de reconhecimento facial, mas, sem dúvidas, os receios tornam-se ainda maiores com o desenvolvimento tecnológico do aparato de repressão. Cabe-nos ampliar a discussão, deslocando os olhares que pensam que, a priori, a tecnologia de reconhecimento facial é boa ou ruim, convocando todos e todas a discutirem do que é constituída tal tecnologia, descortinando jogos de interesse, entendendo quem as controla e quais objetivos diferentes tecnologias podem assumir numa sociedade estruturada pelo racismo. Muitas discussões tentam abrir caminhos para o tema, seja pensando uma moratória no reconhecimento facial, seja pelas acusações de tecnoautoritarismo. Talvez, para o começo de uma conversa franca sobre o assunto, a gente tenha que assumir duas bandeiras como comuns: não podemos aceitar reedições da ideia de “perigosos natos” nem podemos aceitar movimentações no campo da segurança pública que aprofundem desigualdades e injustiças sociais. Para acessar o texto na íntegra, clique aqui.
Sobre Marielle Franco

Marielle Franco
Marielle Francisco da Silva, Marielle Franco, vereadora da cidade do Rio de Janeiro, mundialmente conhecida após ter sido assassinada, junto com seu motorista Anderson Gomes, em 14 de Março de 2018.
- Marielle Franco was killed for defending the right to housing (article)
- Marielle foi morta por defender o direito à moradia (artigo)
- Experiências em Comunicação Popular no Rio de Janeiro ontem e hoje (livro)
- Mônica Francisco - Marielle Vive - Favelas na Reconstrução do País
- Marielle Vive - Favelas na Reconstrução do País - Discussão sobre o Legado de Marielle Franco
ESPECIAL: Chacinas Policiais

Chacinas em favelas no Rio de Janeiro
O presente verbete procura sistematizar o histórico de violências perpetradas pelas chamadas "operações policiais" protagonizadas pelas forças de segurança nas favelas e periferias do Rio de Janeiro em que são relatadas execuções sumárias. A ideia de sistematizar os acontecimentos é de preservar a memória de momentos de severa violação dos direitos da população negra e moradora de favelas e periferias, como forma de reivindicar uma mudança nas políticas de segurança pública e denunciar sua intrínseca relação com diferentes ilegalismos. O trabalho é fruto de uma parceria entre o Dicionário de Favelas Marielle Franco com os grupos GENI/UFF, Grupo CASA (IESP-UERJ) e Radar Saúde-Favela (Fiocruz).
O que é verbete?
O Dicionário de Favelas Marielle Franco está organizado em "verbetes", que constituem manifestações autorais sobre favelas e periferias.
"Verbete" vem de verbo, o que se quer falar, enunciar, depor, demonstrar, denunciar, mostrar, afirmar, explicitar etc. O ato de se expressar tem a intenção de comunicar, de compartilhar com outros seu ponto de vista, suas ideias e suas histórias.
Temos diferentes tipos de verbetes: textos, poemas, imagens, vídeos, filmes etc., elaborados por pessoas cadastradas na plataforma, capazes de criar páginas sobre os conteúdos que desejam.
Como participar

Você pode colaborar com o crescimento do Dicionário
Atualmente temos 1 583 colaborador@s cadastrad@s. Deseja colaborar escrevendo novos verbetes ou contribuindo para os verbetes? Você pode colaborar:
- Criando um verbete
- Editando um verbete
- Discutindo um verbete
- Divulgando nas redes sociais!
Guia rápido

Como criar conteúdo?
Primeiro busque nos verbetes já criados! Você pode escrever sobre qualquer assunto, até sobre aqueles já existentes.
Quando você pesquisar um assunto e não existir uma página sobre ele, aparecerá a opção criar uma página para o novo verbete. Você precisa estar autenticado no site para criar conteúdos.
Regras Editoriais
Todas as pessoas que desejarem colaborar com o projeto poderão atuar na produção de conteúdo, sendo que cada participante deverá se identificar com uma conta de usuário no Wikifavelas. Além disso, as atividades do Dicionário são regidas por um conjunto de regras editoriais
Pilares editoriais
Os pilares editoriais são princípios fundamentais sobre os quais os Dicionário é construído. Esses pilares servem tanto para orientar as atividades de colaboração, como para resolver eventuais conflitos que surjam durante o projeto.
- Escopo do Dicionário
- Pluralidade
- Conteúdo livre
- Normas de conduta
Eixos de Análise
Galeria de fotos
Favelas em Foco
Com a inspiração de contar histórias através de imagens e diferentes olhares, este espaço está reservado para a divulgação de fotos das favelas do Rio de Janeiro e do Brasil.
Outras Palavras

A favela está no “mapa” oficial do Estado. E agora?
Dicionário Marielle Franco mostra como, após muita luta, movimentos sociais conseguiram no Censo o termo “favela” – como espaço de cultura e resistência, e não “problema”. Mas falta muito mais, como políticas públicas reais de bem-estar nas periferias
Boletim digital
Inscreva-se!
Cadastre-se para receber o nosso boletim quinzenal e fique por dentro das novidades.