3 524
edições
Escreva seu primeiro verbete!
Sem resumo de edição |
Sem resumo de edição |
||
Linha 1: | Linha 1: | ||
<p style="text-align: center;">Material de pesquisa do Projeto do Campus Fiocruz da Mata Atlântica em parceria com a Cooperação Social, gentilmente cedido ao '''Dicionário de Favelas Marielle Franco'''.</p> | <p style="text-align: center;">Material de pesquisa do Projeto do Campus Fiocruz da Mata Atlântica em parceria com a Cooperação Social, gentilmente cedido ao '''Dicionário de Favelas Marielle Franco'''.</p> | ||
== | == Sobre o projeto == | ||
A entrevista faz parte do projeto "[[Histórias,_Memórias,_Oralidades_e_Cartografia_da_Luta_Social_por_terra_e_Moradia_na_Região_de_Jacarepaguá|Histórias, Memórias e Oralidades da luta social por terra e moradia na região de Jacarepaguá de 1960 a 2016]]", desenvolvido pelo Campus Fiocruz da Mata Atlântica em parceria com a Cooperação Social. Nesse episódio, o entrevistado é seu Olívio. | A entrevista faz parte do projeto "[[Histórias,_Memórias,_Oralidades_e_Cartografia_da_Luta_Social_por_terra_e_Moradia_na_Região_de_Jacarepaguá|Histórias, Memórias e Oralidades da luta social por terra e moradia na região de Jacarepaguá de 1960 a 2016]]", desenvolvido pelo Campus Fiocruz da Mata Atlântica em parceria com a Cooperação Social. Nesse episódio, o entrevistado é seu Olívio. | ||
Linha 6: | Linha 6: | ||
== Entrevista == | == Entrevista == | ||
{{#evu:https://www.youtube.com/watch?v=4lJLqa1Bzik}} | {{#evu:https://www.youtube.com/watch?v=4lJLqa1Bzik}} | ||
== Transcrição == | |||
__FORCETOC__ | |||
<blockquote><p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Eu sou Olívio Bonna, nasci em 1942. No Espirito Santo e vim pro Rio de Janeiro em 1965- vim direto para Jacarepaguá. Estou aqui até hoje, a minha ideia era vim, conseguir dinheiro, voltar para comprar um terreno e eu sou apaixonado pelo interior, e vim da lavoura. Mas eu não consegui. Estou tentando até hoje para conseguir o dinheiro para voltar. Mas estou feliz aqui, porque hoje com 71 anos, me sinto – não realizado, mas eu sei que contribui com Jacarepaguá, que eu adotei com minha terra mãe.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Eu vivo mais aqui, do que na minha terra natal.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Eu cheguei no Rio de Janeiro, e não sabia fazer nada, eu só sabia trabalhar na agricultura. Então o primeiro lugar que eu procurei trabalho foi no Porto Agrícola para trabalhar com agricultura. Então eu comecei fazer biscate. Tinha muitas chácaras.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Naquela época Jacarepaguá era uma área rural, 1965- A única coisa que descaracterizava a área rural era o bonde. Quando cheguei eu me sento em casa.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Eu trabalhei numa chácara de um alemão, na Rua Baipendí. Ele era dono de uma metalúrgica- e ele me levou para fábrica- trabalhei com ajudante geral e 2 anos depois eu já era serralheiro.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Ele me perguntou o que eu sabia- eu sabia faz balaio, peneira, armadilha pra peixes, cortar cabelo, tocar viola. Nada disso servia pra ele.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Ele me botou como ajudante, 2 anos depois eu já era serralheiro.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">E é por isso que estou aqui dando este depoimento.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Na prática eu aprendia nas oficinas, mas e fui procurar algo mais teórico. Então eu fui pro sindicato dos metalúrgicos tinha uns cursos, que naquela época já estava sob intervenção militar e eles só faziam cursos profissionais.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Fui fazer o curso de serralheiro, e não tinha no momento. Então fiz de soldador. E lá comecei a encontrar alguns camaradas, que mesmo sob intervenção, falavam sobre politica. Eu achava interessante- naquele momento, paralelamente, eu estava estudando na Igreja Católica, a ecologia da Libertação, as Conferências dos Bispos – Puebla e Medellin- nos anos 70- eu estudava com o grupo MFC. Movimento Familiar Cristão e estudava e vinha de encontro a tudo que eu pensava da vida.l</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Então eu achei que ia mudar a sociedade através da Igreja. Eu peguei a 1ª bandeira de luta. A Teologia da Libertação levarão a gente ao povo, a procurar as comunidades carentes para trabalhos. E nós criamos grupos- o Pe. Alexandre bem de idade- muito conservador, mas ele deixava a gente fazer e dizia cuidado porque se vocês forem presos eu não vou lá soltar vocês não.</span></span></p> | |||
<span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">A gente ia pra porta da Igreja para formar o movimento dos Circulos Bíblicos- 1º passo e fazer formação para depois CEBS. Comunidades Eclesiais de Base.</span></span> | |||
<p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Aí criamos a CEB de Shangrilá. Com Pe. Jozino, e outra na Boiuna. E no Lote Mil- que não virou CEB.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Em menos de 1 mês, criamos 25 grupos. Nós trabalhávamos e no tempo vago só fazia isto. A ideia era fazer uma Igreja em cada casa, uma igreja domestica- popular- era tudo leigo.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">O pensamento do João XXIII, depois Paulo VI- e diziam que estavam virando comunistas na Igreja, aí veio João Paulo II e acabou com a Teologia. Frei Leonardo Boff foi perseguido, foi pro tribunal da inquisição.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">O Papa Bento é que colocou a Teologia da Libertação. Ele sofreu com o próprio veneno.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Bom entrei nos movimentos populares, partido político, Associação de Moradores.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Na igreja, na missa era só um lugar para recarregar a bateria, mas na rua, era o lugar de agir.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Em tão o grupo pensou- tinha um grupo jovem muito bom, muito grande- e então resolvemos reativar a AMOATA. A associação de moradores da Taquara (1980/1981).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Nós resolvemos assumir. E eu tinha pouca experiência. Eu acreditava em tudo. Era fácil me enganar. Então ia pra FAERJ e eu dava os informes- e os caras desciam o cacete em mim e eu percebi depois que era por questões politicas- eu vi que não era isso que eu queria- eu queria mudar a sociedade- eu voltava dava informes- falava que quase me bateram e eles riam- porque sabiam o por que.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Daí percebemos que nós precisávamos muito para encaminhar nossos projetos, as coisas, muitos problemas, questão de luz, transporte- (se agora é ruim- antes era muito pior).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Então a gente organizava, comissões pra ir às secretarias. Aí percebemos que era preciso entrar aí resolvemos ajudar e colher assinaturas para organizar o PT na política.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Por isso me doe o coração com as mazelas que está aí hoje a corrupção e tudo que aconteceu- porque eu ajudei a criar este partido com o maior boa fé, tenho certeza disto.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">E aí nós nos envolvemos o máximo com a politica.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Eu acredito- partido politico é uma parte da sociedade- que pensa igual.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">No PT- a coisa vinha de baixo pra cima, as propostas vinham de base, mas quando chegou ao poder começa a vir de cima pra baixo.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">E hoje está difícil uma alternativa- se não houve uma reforma politica muito forte mesmo- não tem PSOL- não tem partido nenhum – porque são 3 poderes. Eu estava muito desanimado- mas parece que o povo começa a enxergar e vir pra rua. Mas não basta isto. Eu acho que até para um governo de boa fé- o povo na rua é muito importante- vai servir muito.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Agora não vai servir pros calhordas que estão pra seguir. Mas para o governo que tem boa fé, é muito importante esse pessoal na rua. Vai ajudar porque são 3 poderes e um travando o outro. O judiciário travando o executivo, os parlamentares travando o executivo. É uma loucura essa politica. Só que tá lá dentro é um balaio de gato.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">E a reforma politica que vem do povo- as decisões- na constituição diz do povo, mas nas eleições- se submete a pagar pessoas para fazer campanha- a politica moderna está profissional.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Antigamente era a gente que fazia os panfletos.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">O que eu penso, que é difícil fazer hoje uma reforma politica- porque os deputados que estão lá muitas pessoas acabam encantando – quando conseguem uma viagem de avião.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">A Igreja ajudou muito- a gente colocar a pessoa humana na frente de tudo.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Na associação de moradores, eu fui presidente, nisso sem muita experiência, mas com bastante boa vontade.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Nesta época pipocou as ocupações e os conflitos.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Como presidente da Associação eu participei de muitas ocupações.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Eu sai no jornal toda semana, em entrave.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Tais perigosas- jogando uns com os outros.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Me lembro de uma entrevista- quando falei do curso do rio limpo até certa altura- depois ficava poluído- depois publicaram que eu acusei certa comunidade (do Tancredo) e depois eu recebi ligação me questionando.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">O passado não volta, mas é importante olhar o passado, para aprender algumas estratégias- dentro dos movimentos comunitários- nós fomos obrigados a fazer parcerias. Também os partidos políticos tem que fazer parceria.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Na Cebe Pe. Jozimo - com nossos recursos- não conseguíamos fazer as casas e então fizemos parcerias com ONGS- para apoio financeiro- O projeto técnico foi feito pela comunidade- com ajuda de engenheiros e arquiteto. Mas o financiamento?</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Fizemos parceria. Mas perdemos o apoio politico.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Eles têm um preço é muito caro as vezes.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">A divergência surge, quando os parceiros queriam usar o projeto como sua bandeira, e nos atrapalhando.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Eles conseguem captar os moradores- e tivemos que sair.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Outras experiências, outros conflitos.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Nós tivemos duas ocupações muito complicadas.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Na Meringuava e na Amaú perdemos para militar</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Na véspera do natal- Amaú- o telefone tocou- eram gritos- pedindo ajuda. Tinham pessoas acampadas. Parecia um campo de guerra- barracos queimados- encapuzados, eram milicianos- que tinha a ver com o Eduardo Paes.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Dois meses depois ele derrubou os barracos. Fizemos acampamento morando na rua.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Novamente- as 6 horas da manhã- Eduardo Paes- estava lá, com tratores derrubando os barracos. A imprensa chegou.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Ele foi embora, mas esta tudo registrado nos jornais da época.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Na Meringuava- nós tentamos ocupar 3 vezes aquele terreno- quando chegava lá- a policia já estava lá- vazava do próprio grupo.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Eu tenho muita esperança se 5 ou 6 pessoas se entendessem de verdade. O gente difícil de se entender- dos movimentos sociais.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Então formamos um grupo de total confiança- eu (Taquara)João Marco( Boiuna), Isabel( pastora da Igreja Batista) e o Tião sem medo eram 5 pessoas de total confiança.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">E as definições da ocupação só esses sabiam.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Aí as reuniões continuaram na Igreja Batista. Toda semana tinha.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Meia noite- ocupamos o terreno. Em meia hora fizemos 1 barraco de 5 metros. As crianças e as mulheres todas lá dentro. A policia chegou e passou a noite do lado de fora. E nós cantando os hinos da Igreja. Passou a noite assim. De manhã chegaram os parlamentares. Edson Santos. Marcelo dias e Eliomar Coelho.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Aí começa o cadastramento e os conflitos.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">São tantos conflitos.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Aí surge um desentendimento. Certo momento da proposta do Tião e Isabel- do Tião fica no terreno. Eu discordei. Achava que ele até deveria ocupar depois, mas não naquele momento. Apenas quando ganharmos o terreno. Mas houve votação e o Tião ficou. Neste momento eu decidir sair.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Houve um dialogo entre nós, para que ele saísse. E ele perdeu a vida por isso. Porque era a milícia que estava por trás. Ele perdeu a vida por causa disto. Aí a milícia tomou conta do terreno.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">A falta de união é muito ruim. Por isso eu faloque todo esse movimento que está aí pode ser muito positivo, se a gente conseguir aproveitar isso de verdade, mas também pode sair um desastre total, pode acontecer tudo.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Eu tenho que vai ser uma boa.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Tem que ter muito cuidado. Por isso é que temos que conversar pequenos grupos.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Eu sou de um principio que a gente vai ou não vai- não existe meio termo. Na bíblia está escrito que Jesus vomitava o morno.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">A Fiocruz quando se instalou aqui- ela já começou a ajudar.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Uma vez fui no Parque do Pau da fome. Um dia um homem me chamou e me ofereceu um terreno, com o preço. Eu fiquei preocupado e assustado. Parecia terra de ninguém.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Minha esperança é que isto não aconteça aqui, por causa da Fiocruz, dá uma garantia- até por quem é a Fiocruz. Se isto acontecer- eu falo com alguém.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">A Fiocruz tem tudo para ajudar mais. O caminho é a conscientização.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Porque tudo passa pela consciência. Eu tenho acompanhado os projetos da Fiocruz. Acho tudo bom, é democrático, chama o povo para participar. Mas poderia um esforço maior. Mas eu estou com 71- e a idade é um limitador. Como vamos atingir a juventude. E tem bolsas. Eu até tenho resistência a bolsa. Sabe que eu faço, eu mando para uma moça lá no Ceara com câncer.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Mas na politica moderna. Eu vejo que as pessoas não têm como para a vida para fazer uma panfletagem. Então isto ajuda- mas já tem aproveitadores- que faz disto salário- ajunta aqui e ali.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">E que nem a bolsa família- ela é positiva, mas passa ser negativa dependendo do como.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">Se não traz essas pessoas. Como vamos contribuir com a conscientização.</span></span></p> <p style="margin-top:12.0pt; text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%">A viola é meu suporte. Quando estou com depressão. Eu aguento por causa da musica.</span></span></p> | |||
<span style="font-size:12.0pt"><span style="line-height:115%"><span style="font-family:" calibri",sans-serif"="">Sr. Olívio Canto</span></span></span> | |||
</blockquote> | |||
[[Category:Temática - Depoimentos]] [[Category:Temática - Habitação]] [[Category:Jacarepaguá]] | [[Category:Temática - Depoimentos]] [[Category:Temática - Habitação]] [[Category:Jacarepaguá]] |