1 625
edições
Escreva seu primeiro verbete!
(Revisão necessária) |
Sem resumo de edição |
||
Linha 9: | Linha 9: | ||
== Baile Funk: uma invenção dos anos 1980 == | == Baile Funk: uma invenção dos anos 1980 == | ||
Os [[Big Boy e o Baile da Pesada|bailes funk]] não são um desdobramento direto dos bailes black, mas herdam seus elementos principais: música tocada em alto som, público de maioria negra, criatividade nas danças e uma moda característica. A sonoridade da bateria eletrônica se espalhou pelo mundo na década de 1980 e não foi diferente nos bailes cariocas. A expressão | Os [[Big Boy e o Baile da Pesada|bailes funk]] não são um desdobramento direto dos bailes black, mas herdam seus elementos principais: música tocada em alto som, público de maioria negra, criatividade nas danças e uma moda característica. A sonoridade da bateria eletrônica se espalhou pelo mundo na década de 1980 e não foi diferente nos bailes cariocas. A expressão “funk” passou a ser usada neste período de forma genérica para se referir a uma variedade de gêneros musicais como o latin freestyle, miami bass, electro funk e hip-hop. Os bailes continuavam a crescer em quantidade e tamanho. Centenas de equipes de som organizavam festas por toda a cidade, reunindo milhares de pessoas. A equipe que tivesse os equipamentos de som mais potentes e as melhores músicas era a mais prestigiada. Os DJs eram contratados por elas de acordo com a sua habilidade para animar o público. Foi neste período que equipes de som como a Furacão 2000, Pipo’s, Cash Box e Soul Grandprix - algumas delas atuantes desde a década de 1970 - se consolidaram no imaginário não só de funkeiros cariocas como de fãs em várias cidades do país. | ||
DJs, donos de equipes e atravessadores de discos de vinis viajavam frequentemente para os Estados Unidos, especialmente Miami e Nova Iorque, para trazer as novidades para o Brasil. Conseguir uma boa música por meio de transações de discos bem sucedidas era parte de ser um bom DJ (Vianna: 1987; Braga: 2015). Importante notar que este era um mercado singular, já que a maioria das músicas não fazia parte do repertório da indústria fonográfica mainstream no Brasil, apesar do grande sucesso entre o público funkeiro. Muitos desses artistas eram desprestigiados nos Estados Unidos, porém tratados como celebridades no mundo funk carioca. A maioria dos bailes acontecia em clubes nos subúrbios da região metropolitana da cidade, mas também havia bailes em favelas e mesmo em escolas públicas. | DJs, donos de equipes e atravessadores de discos de vinis viajavam frequentemente para os Estados Unidos, especialmente Miami e Nova Iorque, para trazer as novidades para o Brasil. Conseguir uma boa música por meio de transações de discos bem sucedidas era parte de ser um bom DJ (Vianna: 1987; Braga: 2015). Importante notar que este era um mercado singular, já que a maioria das músicas não fazia parte do repertório da indústria fonográfica mainstream no Brasil, apesar do grande sucesso entre o público funkeiro. Muitos desses artistas eram desprestigiados nos Estados Unidos, porém tratados como celebridades no mundo funk carioca. A maioria dos bailes acontecia em clubes nos subúrbios da região metropolitana da cidade, mas também havia bailes em favelas e mesmo em escolas públicas. |