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m (Matheus Carvalho moveu Serra da Misericórdia para Verdejar e a Serra da Misericórdia) |
(A Serra da Misericórdia, inicialmente chamada de serra chorona, por conta da quantidade de nascentes que ela apresenta, é o quarto maciço urbana da cidade do Rio de Janeiro, depois da Floresta da Tijuca, Medanha e Pedra Branca; se estendendo por 27 bairros da Zona Norte do município e se constitui a principal área verde da região. Ela tem uma importância histórica, ambiental e política imensurável para a região. ) |
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A Serra da Misericórdia, inicialmente chamada de serra chorona, por conta da quantidade de nascentes que ela apresenta, é o quarto maciço urbana da cidade do Rio de Janeiro, depois da Floresta da Tijuca, Medanha e Pedra Branca; se estendendo por 27 bairros da Zona Norte do município e se constitui a principal área verde da região. Ela tem uma importância histórica, ambiental e política imensurável para a região. | A Serra da Misericórdia, inicialmente chamada de serra chorona, por conta da quantidade de nascentes que ela apresenta, é o quarto maciço urbana da cidade do Rio de Janeiro, depois da Floresta da Tijuca, Medanha e Pedra Branca; se estendendo por 27 bairros da Zona Norte do município e se constitui a principal área verde da região. Ela tem uma importância histórica, ambiental e política imensurável para a região. | ||
'''Autoria: '''[https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Usuário:Ricardo_De_Moura Ricardo De Moura]. | '''Autoria: '''[https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Usuário:Ricardo_De_Moura Ricardo De Moura]. | ||
[[Arquivo:Verdejar Socioambiental – Serra da Misericórdia, Complexo do Alemão, Rio de Janeiro.png|miniaturadaimagem|Verdejar Socioambiental – Serra da Misericórdia, Complexo do Alemão, Rio de Janeiro]] | |||
== História da Serra e | == História da Serra e da fundação Verdejar Socioambiental == | ||
<p style="text-align: justify;">Boa parte da história da militância da região do [[Complexo do Alemão]] passa pela organização em torno da defesa da Serra da Misericórdia, em particular a defesa pela criação da APARU (Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana), que foi feita no ano 2000, após forte mobilização realizada pelo Verderjar Socioambiental, fundada em 1997. </p><p style="text-align: justify;">O que trouxe algumas garantias ambientais para a serra. No início dos anos 2000, foi fundado o Comitê de Desenvolvimento Local da Serra Misericórida (CDLSM), que congregou diversas organizações sociais da região para garantir a defesa da área e pregando a participação e controle social das políticas a serem ali desenvolvidas. </p><p style="text-align: justify;">Destaca-se, aí, a proposta de criação do Parque ambiental da Serra da Misericórdia, pelo Prefeito Cesar Maia. O CDLSM conferiu densidade ao tecido político do Complexo do Alemão nos anos 2000 e algumas organizações locais saíram fortalecidas desse engajamento.</p> <p style="text-align: justify;">Ao mesmo tempo, por conter uma grande reserva de granito, a Serra é objeto constante dos interesses privados. A presença da mineradora Lafarge é um dos grandes focos de tensão política e mobilização local. Os impactos ambientais causados por sua ação se manifestam constantemente. Um dos mais emblemáticos foi o rompimento de um lençol freático que produziu um lago na região. Mais recentemente, nos esforços de urbanização de favelas que foram desencadeados por conta do PAC, a Serra voltou a ser objeto de intervenções públicas, com a criação de um bikeparque lá. Um campo de futebol histórico, o “campo da mina”, foi destruído, o projeto foi desenhado, mas não chegou a sair do papel, bem como boa parte das ações voltadas para as favelas. Que se iniciam e ficam por terminar. Um pouco desta história que se busca contar e detalhar neste verbete.</p> | <p style="text-align: justify;">Boa parte da história da militância da região do [[Complexo do Alemão]] passa pela organização em torno da defesa da Serra da Misericórdia, em particular a defesa pela criação da APARU (Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana), que foi feita no ano 2000, após forte mobilização realizada pelo Verderjar Socioambiental, fundada em 1997. </p><p style="text-align: justify;">O que trouxe algumas garantias ambientais para a serra. No início dos anos 2000, foi fundado o Comitê de Desenvolvimento Local da Serra Misericórida (CDLSM), que congregou diversas organizações sociais da região para garantir a defesa da área e pregando a participação e controle social das políticas a serem ali desenvolvidas. </p><p style="text-align: justify;">Destaca-se, aí, a proposta de criação do Parque ambiental da Serra da Misericórdia, pelo Prefeito Cesar Maia. O CDLSM conferiu densidade ao tecido político do Complexo do Alemão nos anos 2000 e algumas organizações locais saíram fortalecidas desse engajamento.</p> <p style="text-align: justify;">Ao mesmo tempo, por conter uma grande reserva de granito, a Serra é objeto constante dos interesses privados. A presença da mineradora Lafarge é um dos grandes focos de tensão política e mobilização local. Os impactos ambientais causados por sua ação se manifestam constantemente. Um dos mais emblemáticos foi o rompimento de um lençol freático que produziu um lago na região. Mais recentemente, nos esforços de urbanização de favelas que foram desencadeados por conta do PAC, a Serra voltou a ser objeto de intervenções públicas, com a criação de um bikeparque lá. Um campo de futebol histórico, o “campo da mina”, foi destruído, o projeto foi desenhado, mas não chegou a sair do papel, bem como boa parte das ações voltadas para as favelas. Que se iniciam e ficam por terminar. Um pouco desta história que se busca contar e detalhar neste verbete.</p> | ||
== Serra da Misericórdia, Te amo! == | == O verdejar e as articulações de forças == | ||
<p style="text-align: justify;">''Morar em Piabas, quando será! <br/> A Serra é quem clama, misericórdia! <br/> Por entre balas e fumaças zona norte Rio <br/> A Serra se lança no maior desafio <br/> Verdeja Já! ''</p> <p style="text-align: justify;">''Já te amo Serra da Misericórdia! <br/> Te amo!! ''</p> <p style="text-align: justify;">''O seu verde precisa verdejar <br/> Esta redondeza sem paz, pálida e poluída <br/> Te amo Serra da Misericórdia! <br/> Te amo!! ''</p> <p style="text-align: justify;">''Penha, Inhaúma, Complexo do Alemão <br/> Olaria, Ramos, Bonsucesso, Engenho da Rainha <br/> Tomás Coelho, Vicente de Carvalho, Vila Kosmos, ''</p> <p style="text-align: justify;">''Vila da Penha e Penha Circular. <br/> Circundam a Serra da Misericórdia <br/> Te amo Serra da Misericórdia <br/> Te amo!! ''</p> <p style="text-align: justify;">''O seu verde precisa verdejar esta redondeza <br/> De paz, pálida e poluída <br/> Te amo Serra da Misericórdia ''</p> <p style="text-align: justify;">Luiz Carlos, Poeta </p> | [[Arquivo:Verdejar Socioambiental.png|miniaturadaimagem|Verdejar Socioambiental]] | ||
O processo de desenvolvimento do Verdejar teve início em 1997 com o plantio de árvores pelo Luiz Poeta. A partir desse movimento de recuperação ambiental, moradores locais começaram participar e assim transformou as paisagens, ao mesmo tempo em que transformou as pessoas. Muitos se tornaram colaboradores, tanto nas ações de plantio, como nos eventos culturais e artísticos que atraíram mais atenção para o movimento coletivo. Dessa forma, a qualidade de vida local foi tendo melhoras e mais adesões por parte das pessoas locais. Criaram o Horto Chico Mendes e uma horta comunitária. | |||
Estão reivindicando que a área se torne um parque ecológico junto à Assembleia Legislativa. O Verdejar se articulou com outros grupos que atuavam na região, como Bicuda Ecológica, de Vila Kosmos, e o Conselho Comunitário de Saúde do Complexo do Alemão (CONSA), que atuava na comunidade Central do Alemão. Com mais adesões passaram a ter o apoio da academia para trabalhar pela desativação de três pedreiras que atuam na Serra da Misericórdia, causando impactos ecológicos significativos, poluindo a região. Assim o projeto fomentou o impedimento a grilagem das terras com atuação pessoal de seus integrantes | |||
Através desse contato, o Verdejar articulou-se com outros grupos locais. Realizou Seminários Ecológicos, tendo como resultado do primeiro a criação da APARU (Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana) da Serra da Misericórdia, pelo então prefeito Luis Paulo Conde (Decreto nº. 19.144 de novembro de 2000). O coletivo que era informal se constituiu em uma ONG em 1994: Verdejar Proteção Ambiental Humanismo. Alguns membros originais permanecem, e hoje conta com equipe multidisciplinar, composta por pessoal formado com graduação e pós-graduação, e também com alunos e voluntários de fora da comunidade que procuram contribuir para a melhoria, preservação e recuperação da APARU da serra da Misericórdia, de modo a desenvolver uma cultura saudável, sustentável, e de paz para toda a Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. | |||
== Poema - Serra da Misericórdia, Te amo! == | |||
<blockquote><p style="text-align: justify;">''Morar em Piabas, quando será! <br /> A Serra é quem clama, misericórdia! <br /> Por entre balas e fumaças zona norte Rio <br /> A Serra se lança no maior desafio <br /> Verdeja Já! ''</p> <p style="text-align: justify;">''Já te amo Serra da Misericórdia! <br /> Te amo!! ''</p> <p style="text-align: justify;">''O seu verde precisa verdejar <br /> Esta redondeza sem paz, pálida e poluída <br /> Te amo Serra da Misericórdia! <br /> Te amo!! ''</p> <p style="text-align: justify;">''Penha, Inhaúma, Complexo do Alemão <br /> Olaria, Ramos, Bonsucesso, Engenho da Rainha <br /> Tomás Coelho, Vicente de Carvalho, Vila Kosmos, ''</p> <p style="text-align: justify;">''Vila da Penha e Penha Circular. <br /> Circundam a Serra da Misericórdia <br /> Te amo Serra da Misericórdia <br /> Te amo!! ''</p> <p style="text-align: justify;">''O seu verde precisa verdejar esta redondeza <br /> De paz, pálida e poluída <br /> Te amo Serra da Misericórdia ''</p> <p style="text-align: justify;">Luiz Carlos, Poeta </p></blockquote> | |||
== A luta do Verdejar e a importância de Luiz Carlos (o poeta) == | == A luta do Verdejar e a importância de Luiz Carlos (o poeta) == | ||
<p style="text-align: justify;">Impossível falar da Serra da Misericórdia, sem falar da luta incansável do Verdejar que teve como seu maior expoente, Luiz Carlos, o Poeta, como era carinhosamente reconhecido. A ONG Verdejar desenvolve mensalmente um Mutirão Ecológico pela preservação e manutenção da última área verde da Zona Norte, a APARU (Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana), localizada na Serra da Misericórdia. Um exemplo de atuação da organização pode ser vista em Verdejar (2007), de onde foi retirado o relato que se segue. O texto foi produzido, logo após uma sequência de dois incêndios ocorridos em uma área verde da Serra da Misericórdia e é exemplar quanto a importância e forma de atuação do Verdejar Socioambiental. </p> <p lang="PT-BR" style="text-align: justify;">''Em pouco menos de uma semana dois incêndios na Serra da Misericórdia no bairro do Engenho da Rainha Zona Norte do Rio de Janeiro assustam moradores e ambientalistas. De acordo com um morador, que não quis se identificar, o incêndio do dia 13 de março foi provocado por uma manifestação religiosa de origem africana comum no local. O grupo Socioambiental Verdejar que atua na Serra da Misericórdia desde 1997 chamou imediatamente os bombeiros que conseguiram conter o avanço do fogo. Os incêndios, segundo o coordenador de agroecologia do Verdejar Luiz Poeta, costumam acontecer principalmente pelos motivos: culto de origem africana que utilizam velas, culto de evangélicos que põe fogo na mata para abrir caminho para chegar ao monte e balões. “Infelizmente algumas pessoas ainda não têm consciência de preservação ambiental, daí o problema das queimadas”, enfatizou. ''</p> <p style="text-align: justify;">''Já o coordenador executivo Edson Gomes não descarta a possibilidade de o incêndio ter sido causado por oportunistas, posto que o grupo Verdejar luta não somente pela preservação ambiental da Serra da Misericórdia, mas, também, por um desenvolvimento socioambiental sustentável e isso acaba por contrariar interesses de mineradoras e outras indústrias que exploram a região. Zolmir Figueiredo e Erik Vidal dizem que o Sistema Agroflorestal (SAF) plantado e implementado pelo Verdejar auxiliou a conter o fogo. “Na implantação do SAF são feitas capinas em aceiro no entorno do sistema justamente para protegê-lo contra as queimadas” explicaram. ''</p> <p style="text-align: justify;">''O Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da Misericórdia junto aos ambientalistas do Verdejar discutem a necessidade de gestão do maciço da Serra da Misericórdia para tentar diminuir as degradações ambientais ocorridas pelos incêndios, exploração das mineradoras e os impactos ambientais oriundos dessa exploração. “É necessário um plano de gestão urgente para coibir ações de queimadas, degradação ambiental e desmatamentos da última área verde da Zona da Leopoldina”, advertiu Luiz Carlos. ''</p> <p style="text-align: justify;">''Em novembro de 2000 foi criado o decreto de nº 19.144 que cria a Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana – APARU da Serra da Misericórdia, área de aproximadamente 3.695 hectares. Isso é importante, pois a discussão do momento na imprensa tem sido em torno do “Piscinão do Alemão” (apelido de mau gosto dado ao grande Lago Azul) o que acaba por esconder a necessidade de abertura do debate com a sociedade civil para criação do Parque Ecológico. Mesmo após o decreto de proteção ambiental e de recuperação urbana dessas áreas a mineradora Lafarge explora brita na Serra da Misericórdia. “Há muito tempo lutamos pela desativação das pedreiras que exploram a Serra da Misericórdia. Elas poluem demasiadamente o ar das comunidades situadas no entorno da Serra causando graves problemas respiratórios, alergias onerando o setor de saúde pública, além de causar diversas rachaduras nas residências do entorno colocando a população em uma situação de risco durante as chuvas torrenciais” enfatiza Luiz Carlos. ''</p> <p style="text-align: justify;">''De acordo com o grupo Verdejar, as explorações alcançaram um lençol freático que deu origem a Lagoa Azul do Complexo do Alemão. Esta área já era usada pela população local como área de lazer, com o aparecimento do lago a pratica se intensificou, uma vez que há carência de equipamentos e áreas públicas voltados para recreação e preservação ambiental que proporcionem bem estar. O Parque Ecológico está desenhado na arquitetura das obras do PAC e que por interesses escusos ainda não foi discutido com a sociedade civil um projeto urbanístico do referido Parque da Serra da Misericórdia acompanhado da política ambiental a ser implementada. ''</p> <p style="text-align: justify;">''No próximo dia 21 de março às 10h, um dia antes do dia mundial da água, haverá um abraço simbólico ao Lago Azul para chamar a atenção do poder público quanto a necessidade de criação do Parque Ecológico na Serra da Misericórdia. Estima-se que a mobilização vai levar mais de 500 pessoas ao local. “Este evento é uma tentativa de abrir um canal de diálogo com as instâncias de Governo e com a Empresa de Obras Públicas (EMOP) para a criação do tão sonhado Parque Ecológico na Serra da Misericórdia. A sociedade civil não pode ficar de fora desse diálogo. É algo de uma grandeza e importância incontestável não somente para Complexo do Alemão, mas também para toda Zona Norte da Cidade” decretou Edson Gomes. ''</p> | <p style="text-align: justify;">Impossível falar da Serra da Misericórdia, sem falar da luta incansável do Verdejar que teve como seu maior expoente, Luiz Carlos, o Poeta, como era carinhosamente reconhecido. A ONG Verdejar desenvolve mensalmente um Mutirão Ecológico pela preservação e manutenção da última área verde da Zona Norte, a APARU (Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana), localizada na Serra da Misericórdia. Um exemplo de atuação da organização pode ser vista em Verdejar (2007), de onde foi retirado o relato que se segue. O texto foi produzido, logo após uma sequência de dois incêndios ocorridos em uma área verde da Serra da Misericórdia e é exemplar quanto a importância e forma de atuação do Verdejar Socioambiental. </p> <p lang="PT-BR" style="text-align: justify;">''Em pouco menos de uma semana dois incêndios na Serra da Misericórdia no bairro do Engenho da Rainha Zona Norte do Rio de Janeiro assustam moradores e ambientalistas. De acordo com um morador, que não quis se identificar, o incêndio do dia 13 de março foi provocado por uma manifestação religiosa de origem africana comum no local.'' </p> <p lang="PT-BR" style="text-align: justify;">''O grupo Socioambiental Verdejar que atua na Serra da Misericórdia desde 1997 chamou imediatamente os bombeiros que conseguiram conter o avanço do fogo. Os incêndios, segundo o coordenador de agroecologia do Verdejar Luiz Poeta, costumam acontecer principalmente pelos motivos: culto de origem africana que utilizam velas, culto de evangélicos que põe fogo na mata para abrir caminho para chegar ao monte e balões.'' </p><blockquote><p lang="PT-BR" style="text-align: justify;">''“Infelizmente algumas pessoas ainda não têm consciência de preservação ambiental, daí o problema das queimadas”, enfatizou. ''</p></blockquote><p style="text-align: justify;">''Já o coordenador executivo Edson Gomes não descarta a possibilidade de o incêndio ter sido causado por oportunistas, posto que o grupo Verdejar luta não somente pela preservação ambiental da Serra da Misericórdia, mas, também, por um desenvolvimento socioambiental sustentável e isso acaba por contrariar interesses de mineradoras e outras indústrias que exploram a região. Zolmir Figueiredo e Erik Vidal dizem que o Sistema Agroflorestal (SAF) plantado e implementado pelo Verdejar auxiliou a conter o fogo.'' </p><blockquote><p style="text-align: justify;">''“Na implantação do SAF são feitas capinas em aceiro no entorno do sistema justamente para protegê-lo contra as queimadas” explicaram. ''</p></blockquote> | ||
== Lutas contra as degradações ambientais<ref>[https://oics.cgee.org.br/estudos/-/estudo-de-caso/article/verdejar-socioambiental-serra-da-misericordia-complexo-do-alemao-rio-de-janeiro_5d444cca8ff785538983324b/como-replicar Observatório de inovação para cidades sustentáveis]</ref> == | |||
<p style="text-align: justify;">''O Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da Misericórdia junto aos ambientalistas do Verdejar discutem a necessidade de gestão do maciço da Serra da Misericórdia para tentar diminuir as degradações ambientais ocorridas pelos incêndios, exploração das mineradoras e os impactos ambientais oriundos dessa exploração. “É necessário um plano de gestão urgente para coibir ações de queimadas, degradação ambiental e desmatamentos da última área verde da Zona da Leopoldina”, advertiu Luiz Carlos. ''</p> <p style="text-align: justify;">''Em novembro de 2000 foi criado o decreto de nº 19.144 que cria a Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana – APARU da Serra da Misericórdia, área de aproximadamente 3.695 hectares. Isso é importante, pois a discussão do momento na imprensa tem sido em torno do “Piscinão do Alemão” (apelido de mau gosto dado ao grande Lago Azul) o que acaba por esconder a necessidade de abertura do debate com a sociedade civil para criação do Parque Ecológico. Mesmo após o decreto de proteção ambiental e de recuperação urbana dessas áreas a mineradora Lafarge explora brita na Serra da Misericórdia. “Há muito tempo lutamos pela desativação das pedreiras que exploram a Serra da Misericórdia. Elas poluem demasiadamente o ar das comunidades situadas no entorno da Serra causando graves problemas respiratórios, alergias onerando o setor de saúde pública, além de causar diversas rachaduras nas residências do entorno colocando a população em uma situação de risco durante as chuvas torrenciais” enfatiza Luiz Carlos. ''</p> <p style="text-align: justify;">''De acordo com o grupo Verdejar, as explorações alcançaram um lençol freático que deu origem a Lagoa Azul do Complexo do Alemão. Esta área já era usada pela população local como área de lazer, com o aparecimento do lago a pratica se intensificou, uma vez que há carência de equipamentos e áreas públicas voltados para recreação e preservação ambiental que proporcionem bem estar. O Parque Ecológico está desenhado na arquitetura das obras do PAC e que por interesses escusos ainda não foi discutido com a sociedade civil um projeto urbanístico do referido Parque da Serra da Misericórdia acompanhado da política ambiental a ser implementada. ''</p> <p style="text-align: justify;">''No próximo dia 21 de março às 10h, um dia antes do dia mundial da água, haverá um abraço simbólico ao Lago Azul para chamar a atenção do poder público quanto a necessidade de criação do Parque Ecológico na Serra da Misericórdia. Estima-se que a mobilização vai levar mais de 500 pessoas ao local. “Este evento é uma tentativa de abrir um canal de diálogo com as instâncias de Governo e com a Empresa de Obras Públicas (EMOP) para a criação do tão sonhado Parque Ecológico na Serra da Misericórdia. A sociedade civil não pode ficar de fora desse diálogo. É algo de uma grandeza e importância incontestável não somente para Complexo do Alemão, mas também para toda Zona Norte da Cidade” decretou Edson Gomes. ''</p> | |||
== Evento: O Lago é Nosso == | |||
<p style="text-align: justify;">O evento O Lago é Nosso 2 realizado neste domingo às 11h (ontem) pelo Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da Misericórdia, Éfeta, Raízes e Verdejar reiniciou uma série de reivindicações dos moradores do Complexo do Alemão, entorno e redes sociais locais para a construção do Parque Ecológico na Serra da Misericórdia. O foco do evento, além de chamar a atenção do poder público para a degradação ambiental da Serra da Misericórdia promovida por empresas que exploram a região há 17 anos, foi também de provocar abertura no diálogo entre O Governo e a Empresa Municipal de Obras Públicas (EMOP) quanto à participação popular na construção e gestão do Parque e de equipamentos públicos. </p> | |||
== O Parque Ecológico na Serra da Misericórdia == | |||
<p style="text-align: justify;">O Parque Ecológico na Serra da Misericórdia é uma forma de reconhecer a importância da última área verde da Zona da Leopoldina e consequentemente cumprir com o que rege no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além de constar na planta do PAC (vide site oficial do Governo Federal), o Parque Ecológico é indubitavelmente de extrema importância para o Complexo do Alemão e entorno, pois vai contribuir para melhoria da qualidade de vida da população. </p> <p style="text-align: justify;">Qualidade de vida que se expressa por propostas concretas para recuperação de áreas degradas, tratamento de resíduos sólidos tendo como parâmetro a promoção de trabalho e renda, recuperação de espaços públicos (praças e logradouros), implantação de uma Lona Cultural, de um centro poliesportivo, de uma universidade popular entre outras. </p> <p style="text-align: justify;">Considerando que o desenvolvimento sustentável só pode ser alcançado com a mudança de uma política equivocada em relação ás questões ambientais o Comitê, as redes sociais e moradores exigem a apresentação do projeto urbanístico do Parque Ecológico, a política ambiental a ser implementada e a garantia de participação popular neste processo e em outros. </p> | |||
== Abraço ao lago - Mobilizações== | |||
<p style="text-align: justify;">A ideia de dar um abraço simbólico no lago surgiu da necessidade de mobilizar os moradores do Complexo do Alemão e entorno para importância da construção do parque ecológico na Serra da Misericórdia, para a desativação da pedreira e, por conseguinte, preservar o que ainda resta do ecossistema e recuperar as áreas degradas, de modo a contribuir para o desenvolvimento sustentável. </p><p style="text-align: justify;">Vários artistas locais, convidados e moradores subiram a Serra para participar do evento. A mobilização levou cerca de 150 pessoas ao grande lago, entre elas: MC Playboy, Choro da Serra e Orquestra Voadora. Houve também coleta de lixo, plantio de mudas de árvores, poesia e muita diversão. </p> <p style="text-align: justify;">Moradores apoiaram o evento e ficaram felizes com a iniciativa. No momento do abraço todos, com muita descontração, deram as mãos em torno do lago, fizeram “hola” e gritaram: </p><blockquote><p style="text-align: justify;">“O LAGO É NOSSO!”. De acordo com as instituições organizadoras do evento o Parque Ecológico é uma reivindicação antiga e que agora ganha força com movimentos sociais e moradores que querem a construção dele, tanto quanto a construção do plano de gestão participativa dos equipamentos públicos. </p></blockquote><p style="text-align: justify;">As solicitações da construção do parque ecológico e promoção de novas práticas saudáveis para os moradores do Complexo do Alemão e adjacências não encontram melhor momento para a implementação. Todas as melhorias devem ter como prioridade o morador, sendo assim, requisitamos ao Governo atenção ao ofício de nº 1/2009 protocolado no dia 12 de novembro de 2009 junto à Secretaria Geral da Presidência do Brasil, a Presidência da Caixa Econômica, ao Governo do Estrado e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro com cópia para os Ministérios público Estadual e Federal. </p> <p style="text-align: justify;">Acreditamos que após o evento de hoje (ontem) o Governo vai nos ouvir e abrir um canal para o diálogo, não como meros legitimadores do processo (como vem acontecendo com as obras do PAC), mas como participantes legítimos dele. Isso implica dizer em envolvimento com e das diversidades e multiplicidades de atores sociais previsto pelo Projeto Técnico do Trabalho Social (PTTS), tomadas de decisão e diálogos permanentes com efetiva participação popular. O Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da misericórdia, as redes sociais e moradores do Complexo do Alemão e adjacências aguardam o diálogo frente às reivindicações. </p> | |||
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== Veja também == | == Veja também == | ||
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