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A modernidade funda o Brasil enquanto nação, funda a raça enquanto mecanismo de controle e diferenciação social hierárquica e funda a escravidão mercantilista. A chibata, a tortura a céu aberto e todas as formas de violência contra escravizados que conhecemos eram mecanismos de controle explícitos e desavergonhados — inclusive discursivamente contra os negros escravizados no Brasil, pois a escravidão era tida como um direito, assujeitando os negros africanos e descendentes destes ao local sub-humano de propriedade doutrem. | A modernidade funda o Brasil enquanto nação, funda a raça enquanto mecanismo de controle e diferenciação social hierárquica e funda a escravidão mercantilista. A chibata, a tortura a céu aberto e todas as formas de violência contra escravizados que conhecemos eram mecanismos de controle explícitos e desavergonhados — inclusive discursivamente contra os negros escravizados no Brasil, pois a escravidão era tida como um direito, assujeitando os negros africanos e descendentes destes ao local sub-humano de propriedade doutrem. | ||
Se a escravidão é fundante da nossa modernidade, a tortura é a mão que empurra nossa histórica enquanto nação em permanente processo de manutenção do [[Genocídio dor e resistência|genocídio negro]]. A dominação do colonizado, na colônia, segundo Frantz Fanon<ref> FANON, Frantz. Os condenados da terra. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2022 </ref>, se dá pelo uso da violência, uma vez que este deve ser escravizado para fins econômicos mercantis: “Como se vê, o intermediário do poder utiliza uma linguagem de pura violência. O intermediário não mitiga a opressão, não oculta a dominação… O intermediário leva a violência às casas e às cabeças do colonizado.” | Se a escravidão é fundante da nossa modernidade, a tortura é a mão que empurra nossa histórica enquanto nação em permanente processo de manutenção do [[Genocídio dor e resistência|genocídio negro]]. A dominação do colonizado, na colônia, segundo Frantz Fanon<ref> FANON, Frantz. Os condenados da terra. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2022 </ref>, se dá pelo uso da violência, uma vez que este deve ser escravizado para fins econômicos mercantis: “Como se vê, o intermediário do poder utiliza uma linguagem de pura violência. O intermediário não mitiga a opressão, não oculta a dominação… O intermediário leva a violência às casas e às cabeças do colonizado.” | ||
Autoria: Matheus de Moura | |||
Autoria: Matheus de Moura | |||
=== SOBRE === | === SOBRE === | ||
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=== VER TAMBÉM === | === VER TAMBÉM === | ||
[[Chacinas em favelas no Rio de Janeiro]] | [[Chacinas em favelas no Rio de Janeiro]] | ||
[[Linha do tempo das principais chacinas no Rio de Janeiro]] | [[Linha do tempo das principais chacinas no Rio de Janeiro]] | ||
[[A história sociojurídica das favelas cariocas]] | [[A história sociojurídica das favelas cariocas]] |
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