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<p style="text-align: justify;">'''Autoria: Instituto Raízes em Movimento'''</p> | <p style="text-align: justify;">'''Autoria: Instituto Raízes em Movimento '''__FORCETOC__</p> | ||
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<p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O '''Instituto Raízes em Movimento''' é uma organização não governamental sediada no bairro do Complexo do Alemão e criada no ano de 2001. Desde então, tem como missão: a promoção do desenvolvimento humano, social e cultural do Complexo do Alemão, através da participação de atores locais como protagonistas dos processos.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Ao longo desses quase vinte anos, várias foram as estratégias encontradas para realização desta missão. Desde o engajamento com outros coletivos locais em lutas diversas, como: a implementação do Conselho de Saúde do Complexo do Alemão (CONSA), que tomou forma na abertura do C.M.S do Alemão, localizado no “pé” da Avenida Central, oferecendo serviços básicos de à população local; o Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da Misercórdia (CDLSM), organizado para defender a preservação Ambiental do quarto maior maciço urbano da cidade do Rio de Janeiro - um dos frutos dessa mobilização foi sua transformação em uma Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU); posteriormente, o CDLSM transformou-se no Comitê de Monitoramento das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Complexo do Alemão, responsável pela fiscalização das obras e por garantir a participação popular no processo; ainda no âmbito do PAC, o Raízes em Movimento passou a integrar a gestão do Trabalho Técnico Social do PAC, responsável por desdobrar essa mediação com a população.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Por outro lado, essa trajetória é marcado pelas ações individuais, com parcerias pontuais. A primeira ação substantiva do Raízes foi o Tintarte, entre 2002 e 2003, uma atividade de formação em grafite e direitos humanos, em parceria com o CIEDS - Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável - CIEDS. Em 2007 começou a realizar a atividade que mais marcante e identificada com a instituição, o Circulando – Diálogo e comunicação na Favela, realizado desde então com regularidades distintas, assumiu a periodicidade anual em 2010 e em 2018 será realizada sua décima quarta edição. Realizado inicialmente em parceria com o Observatório de Favelas, trata-se de um grande festival de artes em um dia no qual o Complexo do Alemão é ocupado com arte, cultura, conhecimento e memória: música, fotografia, cinema, teatro, poesia; mas também atividades infantis, debates, lançamentos de publicações etc. É uma ação na qual o Raízes “presta contas” com a comunidade sobre sua ação ao longo do ano.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Recentemente, o Raízes em Movimento tem como objetivo discutir e disputar a cidade a partir das experiências vividas no Complexo do Alemão, situando e qualificando o lugar específico de fala, isto é, um referencial periférico, e de ações organizadas em dois eixos: a comunicação e a produção de conhecimento. No primeiro caso, a partir de uma comunicação crítica e da cultura; no segundo, através de articulação com os saberes acadêmicos e o resgate da memória local.De modo que as metodologias desenvolvidas e produtos realizados possam ser replicados para outros espaços periféricos, do Brasil e do mundo.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Essa atuação toma forma em dois programas: O Circulando e o CEPEDOCA (Centro de Pesquisa, Documentação e Memória do Complexo do Alemão). O primeiro focado na comunicação, composto pelo Circulando (festival) e pelo favela.doc – o braço audiovisual do Raízes -, que realiza o cineclube Raízes (que surgiu no seio do Adubando Raízes Locais) e produziu dois documentários, um chamado “Copa pr’Alemão Ver” e o “Quando você chegou meu santo já tava” , sobre as religiões de matriz africana no bairro do Complexo do Alemão.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O CEPEDOCA é o braço de memória e conhecimento e toma forma em um série de atividades como: a realização de cursos de extensão - como o Raízes Locais (em parceria com a UFRJ) e o Olhares Periféricos (com o IESP/UERJ); o Vamos Desenrolar – Oficina de Produção de Memória e Conhecimento, na qual especialistas e moradoras/es compõem uma mesa que dinamiza um debate de temas previamente definidos a partir da discussão local; a produção da publicação “Complexo do Alemão: uma bibliografia comentada”, com um levantamento sobre tudo que já havia sido produzido sobre o bairro; a montagem de um acervo histórico; o fórum “Coletivo de Pesquisadores em Movimento”, uma rede de acadêmicas/os que são acionados para contribuir com o Raízes e o CEPEDOCA de acordo com as ações que foram sendo realizadas; e construção do portal do virtual do CEPEDOCA (www.cepedoca.org), no qual as atividades produzidas são difundidas. O CEPEDOCA que existia como ideia desde o início da década de 2010, se materializou a partir de 2016 com o apoio do Deputado Federal Jean Wyllys e em parceria com a UFRJ.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Cabe citar ainda no âmbito do CEPEDOCA duas publicações: “vida social e política nas favelas: pesquisas de campo no Complexo do Alemão”, produzido em parceria com o IPEA e pelas/os pesquisadoras/es que fazem parte do Coletivo de Pesquisadores em Movimento; e “A praça pr’Alemão ter”, que registra um mutirão realizado em 2015 com alunas/os do curso de arquitetura da UFRJ ministrado por Pablo Benetti e Solange Carvalho, para construção da Praça Verde do Alemão. A prática do mutirão foi reproduzido por dois anos seguidos em espaços distintos do Morro do Alemão, um dos quais, a “escada do amor”, que também contou com o apoio do “Permanências e Destruições” foi selecionado para ser exposto no Museu do Amanhã na internacional Designing Respect.</span></p> | <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O '''Instituto Raízes em Movimento''' é uma organização não governamental sediada no bairro do Complexo do Alemão e criada no ano de 2001. Desde então, tem como missão: a promoção do desenvolvimento humano, social e cultural do Complexo do Alemão, através da participação de atores locais como protagonistas dos processos.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Ao longo desses quase vinte anos, várias foram as estratégias encontradas para realização desta missão. Desde o engajamento com outros coletivos locais em lutas diversas, como: a implementação do Conselho de Saúde do Complexo do Alemão (CONSA), que tomou forma na abertura do C.M.S do Alemão, localizado no “pé” da Avenida Central, oferecendo serviços básicos de à população local; o Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da Misercórdia (CDLSM), organizado para defender a preservação Ambiental do quarto maior maciço urbano da cidade do Rio de Janeiro - um dos frutos dessa mobilização foi sua transformação em uma Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU); posteriormente, o CDLSM transformou-se no Comitê de Monitoramento das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Complexo do Alemão, responsável pela fiscalização das obras e por garantir a participação popular no processo; ainda no âmbito do PAC, o Raízes em Movimento passou a integrar a gestão do Trabalho Técnico Social do PAC, responsável por desdobrar essa mediação com a população.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Por outro lado, essa trajetória é marcado pelas ações individuais, com parcerias pontuais. A primeira ação substantiva do Raízes foi o Tintarte, entre 2002 e 2003, uma atividade de formação em grafite e direitos humanos, em parceria com o CIEDS - Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável - CIEDS. Em 2007 começou a realizar a atividade que mais marcante e identificada com a instituição, o Circulando – Diálogo e comunicação na Favela, realizado desde então com regularidades distintas, assumiu a periodicidade anual em 2010 e em 2018 será realizada sua décima quarta edição. Realizado inicialmente em parceria com o Observatório de Favelas, trata-se de um grande festival de artes em um dia no qual o Complexo do Alemão é ocupado com arte, cultura, conhecimento e memória: música, fotografia, cinema, teatro, poesia; mas também atividades infantis, debates, lançamentos de publicações etc. É uma ação na qual o Raízes “presta contas” com a comunidade sobre sua ação ao longo do ano.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Recentemente, o Raízes em Movimento tem como objetivo discutir e disputar a cidade a partir das experiências vividas no Complexo do Alemão, situando e qualificando o lugar específico de fala, isto é, um referencial periférico, e de ações organizadas em dois eixos: a comunicação e a produção de conhecimento. No primeiro caso, a partir de uma comunicação crítica e da cultura; no segundo, através de articulação com os saberes acadêmicos e o resgate da memória local.De modo que as metodologias desenvolvidas e produtos realizados possam ser replicados para outros espaços periféricos, do Brasil e do mundo.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Essa atuação toma forma em dois programas: O Circulando e o CEPEDOCA (Centro de Pesquisa, Documentação e Memória do Complexo do Alemão). O primeiro focado na comunicação, composto pelo Circulando (festival) e pelo favela.doc – o braço audiovisual do Raízes -, que realiza o cineclube Raízes (que surgiu no seio do Adubando Raízes Locais) e produziu dois documentários, um chamado “Copa pr’Alemão Ver” e o “Quando você chegou meu santo já tava” , sobre as religiões de matriz africana no bairro do Complexo do Alemão.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O CEPEDOCA é o braço de memória e conhecimento e toma forma em um série de atividades como: a realização de cursos de extensão - como o Raízes Locais (em parceria com a UFRJ) e o Olhares Periféricos (com o IESP/UERJ); o Vamos Desenrolar – Oficina de Produção de Memória e Conhecimento, na qual especialistas e moradoras/es compõem uma mesa que dinamiza um debate de temas previamente definidos a partir da discussão local; a produção da publicação “Complexo do Alemão: uma bibliografia comentada”, com um levantamento sobre tudo que já havia sido produzido sobre o bairro; a montagem de um acervo histórico; o fórum “Coletivo de Pesquisadores em Movimento”, uma rede de acadêmicas/os que são acionados para contribuir com o Raízes e o CEPEDOCA de acordo com as ações que foram sendo realizadas; e construção do portal do virtual do CEPEDOCA (www.cepedoca.org), no qual as atividades produzidas são difundidas. O CEPEDOCA que existia como ideia desde o início da década de 2010, se materializou a partir de 2016 com o apoio do Deputado Federal Jean Wyllys e em parceria com a UFRJ.</span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Cabe citar ainda no âmbito do CEPEDOCA duas publicações: “vida social e política nas favelas: pesquisas de campo no Complexo do Alemão”, produzido em parceria com o IPEA e pelas/os pesquisadoras/es que fazem parte do Coletivo de Pesquisadores em Movimento; e “A praça pr’Alemão ter”, que registra um mutirão realizado em 2015 com alunas/os do curso de arquitetura da UFRJ ministrado por Pablo Benetti e Solange Carvalho, para construção da Praça Verde do Alemão. A prática do mutirão foi reproduzido por dois anos seguidos em espaços distintos do Morro do Alemão, um dos quais, a “escada do amor”, que também contou com o apoio do “Permanências e Destruições” foi selecionado para ser exposto no Museu do Amanhã na internacional Designing Respect.</span></p> |