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'''Autoria''': Rede de Observatórios da Seguranca (CESeC) | |||
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O racismo enterra corpos pretos todos os dias. É ele que também ensina ao policial que o alvo da sua bala tem cor. Sabemos que esta é apenas uma das tecnologias de morte empregadas pela máquina de moer negros que é o Estado. Pretos e pardos são vistos como excedentes e podem morrer, de acordo com o que aprendemos<br/> com a "necropolítica", para se fazer cumprir a "política de branqueamento" do Brasil. Nossa sociedade está estruturada para que o racismo seja o motor da violência – como evidenciamos no nosso Anuário – e por isso a Rede de Observatórios da Segurança se compromete desde o seu lançamento a trazer para o debate a questão através da análise de dados. O debate da segurança pública precisa, antes de tudo, ser centrado em raça. <br/> Os números apresentados neste relatório comprovam que o racismo mata. Na Bahia, praticamente todos os mortos em ações policiais são negros. O mesmo padrão se repete nos outros estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança (CE, PE, RJ e SP). Os números que chocam foram coletados das secretarias estaduais dos cinco estados que compõem a Rede e se referem ao ano de 2019. Os microdados (que trazem informações como cor, sexo, idade e outras variáveis) não são padronizados, tendo cada estado um modelo diferente de apresentação. Após o processo de uniformização dos bancos de dados, extraímos algumas estatísticas descritivas para iluminar o contexto de violência policial e como ela é racializada em cada um dos estados. O objetivo do presente levantamento é olhar detidamente os números, colocando a lente num tema tabu sobre o qual os dados até o momento eram escassos ou inexistentes: a cor das vítimas de violência letal policial em cada estado. Os resultados são chocantes e não há como disfarçar. O racismo estrutura políticas de policiamento e de segurança pública. | |||
O racismo enterra corpos pretos todos os dias. É ele que também ensina ao policial que o alvo da sua bala tem cor. Sabemos que esta é apenas uma das tecnologias de morte empregadas pela máquina de moer negros que é o Estado. Pretos e pardos são vistos como excedentes e podem morrer, de acordo com o que aprendemos<br/> com a "necropolítica", para se fazer cumprir a "política de branqueamento" do Brasil. Nossa sociedade está estruturada para que o racismo seja o motor da violência – como evidenciamos no nosso Anuário – e por isso a Rede de Observatórios da Segurança se compromete desde o seu lançamento a trazer para o debate a questão através da análise de dados. O debate da segurança pública precisa, antes de tudo, ser centrado em raça.<br/> Os números apresentados neste relatório comprovam que o racismo mata. Na Bahia, praticamente todos os mortos em ações policiais são negros. O mesmo padrão se repete nos outros estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança (CE, PE, RJ e SP). Os números que chocam foram coletados das secretarias estaduais dos cinco estados que compõem a Rede e se referem ao ano de 2019. Os microdados (que trazem informações como cor, sexo, idade e outras variáveis) não são padronizados, tendo cada estado um modelo diferente de apresentação. Após o processo de uniformização dos bancos de dados, extraímos algumas estatísticas descritivas para iluminar o contexto de violência policial e como ela é racializada em cada um dos estados. O objetivo do presente levantamento é olhar detidamente os números, colocando a lente num tema tabu sobre o qual os dados até o momento eram escassos ou inexistentes: a cor das vítimas de violência letal policial em cada estado. Os resultados são chocantes e não há como disfarçar. O racismo estrutura políticas de policiamento e de segurança pública. | |||
= A cor da violência policial: a bala não erra o alvo = | = A cor da violência policial: a bala não erra o alvo = | ||
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