A história sociojurídica das favelas cariocas: mudanças entre as edições

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Em uma perspectiva interdisciplinar, suas pesquisas se concentram sobretudo no campo dos estudos urbanos (História Urbana, Sociologia urbana e Direito Urbanístico). (Texto informado pelo autor)[https://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do;jsessionid=CE400EFE2508ABF954C10EA4B98FB9C1.buscatextual_0].
Em uma perspectiva interdisciplinar, suas pesquisas se concentram sobretudo no campo dos estudos urbanos (História Urbana, Sociologia urbana e Direito Urbanístico). (Texto informado pelo autor)[https://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do;jsessionid=CE400EFE2508ABF954C10EA4B98FB9C1.buscatextual_0].


== <big>'''Apresentação do texto (sobre o presentismo)'''</big> ==
== Compreendendo as obras do autor e alguns conceitos, tais como o presentismo. ==
O autor apresentou o seu livro [[Lista de Favelas do Rio de Janeiro|Favelas do Rio de Janeiro]]: história e direito. Rio de Janeiro: Editora Pallas, 2013.[https://www.pallaseditora.com.br/produto/Favelas_do_Rio_de_Janeiro/257/], na abertura da aula aberto Rafael fala sobre as dificuldades que ele acredita que a história teve em encarrar algumas questões, dentre elas as favelas e como o direito contribuiu para a formação do conceito, que tem uma longa e rica história e pontuou que é notável que muitas edificações desses locais foram influenciadas por conexões sociais, políticas, afetivas e de pertencimento.  
O autor apresentou o seu livro [[Lista de Favelas do Rio de Janeiro|Favelas do Rio de Janeiro]]: história e direito. Rio de Janeiro: Editora Pallas, 2013.[https://www.pallaseditora.com.br/produto/Favelas_do_Rio_de_Janeiro/257/], na abertura da aula aberto Rafael fala sobre as dificuldades que ele acredita que a história teve em encarrar algumas questões, dentre elas as favelas e como o direito contribuiu para a formação do conceito, que tem uma longa e rica história e pontuou que é notável que muitas edificações desses locais foram influenciadas por conexões sociais, políticas, afetivas e de pertencimento.  


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A aula aberta tratou das reformas que aconteceram no Rio de Janeiro, com a ideia de limpeza da cidade, sobre as demolições, inclusive no Morro do castelo, onde o Exercito brasileiro foi contra, pois servia de moradia para muitos soldados rasos. O autor foi mostrando que o desenvolvimento urbano das favelas nunca foi pensado para a urbanização do lugar, mas para sua retirada, como foi feito na Favela do Pinto, para atender a especulação imobiliária, a favela vista como um problema é combatida pelo o estado como um problema.
A aula aberta tratou das reformas que aconteceram no Rio de Janeiro, com a ideia de limpeza da cidade, sobre as demolições, inclusive no Morro do castelo, onde o Exercito brasileiro foi contra, pois servia de moradia para muitos soldados rasos. O autor foi mostrando que o desenvolvimento urbano das favelas nunca foi pensado para a urbanização do lugar, mas para sua retirada, como foi feito na Favela do Pinto, para atender a especulação imobiliária, a favela vista como um problema é combatida pelo o estado como um problema.


O autor destacou as nomenclaturas utilizadas pelo IBGE desde 1948, que foram modificadas cerca de quatro vezes ao longo da história. Mas o que é interessante e merece uma série de reflexões diz respeito aos nomes e expressões que são usados. Às vezes, é extremamente difícil tentar construir um conceito e classificá-las de forma homogênea, pois existe um fenômeno muito próprio de um tipo de construção, na maior parte das vezes, por autoconstrução, que de alguma forma não está completamente e diretamente direcionado pelo Estado, planejado dessa forma.                                                                             
O autor destacou as nomenclaturas utilizadas pelo [[IBGEAdeus Aglomerados Subnormais - IBGE (série)|IBGE]] desde 1948, que foram modificadas cerca de quatro vezes ao longo da história. Mas o que é interessante e merece uma série de reflexões diz respeito aos nomes e expressões que são usados. Às vezes, é extremamente difícil tentar construir um conceito e classificá-las de forma homogênea, pois existe um fenômeno muito próprio de um tipo de construção, na maior parte das vezes, por autoconstrução, que de alguma forma não está completamente e diretamente direcionado pelo Estado, planejado dessa forma.                                                                             


Talvez elas estejam um pouco à margem do próprio contexto jurídico, mas o interessante é que existem dimensões e nomes muito próprios. Por exemplo, o termo "favela" no Brasil é muito comum no Rio de Janeiro, um pouco em São Paulo, mas em Recife usa-se "mucambo", em Salvador "invasão" e em Porto Alegre "vila". É extremamente interessante a arqueologia desses nomes, pois acabamos por compreender uma série de reflexões internas.
Talvez elas estejam um pouco à margem do próprio contexto jurídico, mas o interessante é que existem dimensões e nomes muito próprios. Por exemplo, o termo "favela" no Brasil é muito comum no Rio de Janeiro, um pouco em São Paulo, mas em Recife usa-se "mucambo", em Salvador "invasão" e em Porto Alegre "vila". É extremamente interessante a arqueologia desses nomes, pois acabamos por compreender uma série de reflexões internas.
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Acredito que os sociólogos os arquitetos começaram a trabalhar muito com o tema, os advogados a partir da década de 70 e 80,  vemos uma série de profissionais que começavam buscar entender esse fenômeno. Agora o que é interessante que por parte da História, provavelmente, como disciplina foi a última.                                                                                           
Acredito que os sociólogos os arquitetos começaram a trabalhar muito com o tema, os advogados a partir da década de 70 e 80,  vemos uma série de profissionais que começavam buscar entender esse fenômeno. Agora o que é interessante que por parte da História, provavelmente, como disciplina foi a última.                                                                                           


Tenho impressão que o direito à memória o direito a poder contar nossa própria história é um fenômeno extremamente importante para garantir inclusive o direito ao futuro. Então, o que é extremamente interessante no que diz respeito às favelas hoje, por exemplo, é o fenômeno do movimento social de museus sociais que está surgindo justamente para afirmar: "olha só, nós temos uma história e continuamos aqui."                                                                                                                      Na maioria das vezes, esses espaços são associados à marginalidade e vistos como um problema a ser resolvido, sendo difícil compreender que nasceram de maneira espontânea e têm um processo histórico. No que diz respeito ao direito, é extremamente difícil porque esse tipo de fenômeno não nos fornece dados, fontes ou documentos tradicionais. Ao atrair pelo direito, começamos a compreender que esses espaços, muito mais do que deformarem a cidade, de alguma forma a conformaram.
Tenho impressão que o direito à memória o direito a poder contar nossa própria história é um fenômeno extremamente importante para garantir inclusive o direito ao futuro. Então, o que é extremamente interessante no que diz respeito às favelas hoje, por exemplo, é o fenômeno do movimento social de [[Museu das favelas|museus sociais]] que está surgindo justamente para afirmar: "olha só, nós temos uma história e continuamos aqui."                                                                                                                      Na maioria das vezes, esses espaços são associados à marginalidade e vistos como um problema a ser resolvido, sendo difícil compreender que nasceram de maneira espontânea e têm um processo histórico. No que diz respeito ao direito, é extremamente difícil porque esse tipo de fenômeno não nos fornece dados, fontes ou documentos tradicionais. Ao atrair pelo direito, começamos a compreender que esses espaços, muito mais do que deformarem a cidade, de alguma forma a conformaram.




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== <big>'''Bibliografia complementar'''</big> ==
== <big>'''Bibliografia complementar'''</big> ==
Gonçalves, Rafael; Brum, Mário; Amoroso, Mauro (Orgs.). Pensando as favelas cariocas: História e questões urbanas.. 1. ed. Rio de Janeiro: PALLAS/PUC-Rio, 2021.
Gonçalves, Rafael; Brum, Mário; Amoroso, Mauro (Orgs.). Pensando as favelas cariocas: História e questões urbanas.. 1. ed. Rio de Janeiro: PALLAS/PUC-Rio, 2021.
== Ver também ==
[[Categoria:Temática - Educação]]
[[Categoria:Temática - Educação]]
[[Categoria:Temática - Favelas e Periferias]]
[[Categoria:Temática - Favelas e Periferias]]
[[Categoria:Pesquisa acadêmica]]
[[Categoria:Pesquisa acadêmica]]
[[Categoria:Rio de Janeiro]]
[[Categoria:Rio de Janeiro]]
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