Prisões indevidas e inocentes encarcerados: mudanças entre as edições

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Claudio relatou em entrevista como a prisão afetou sua vida e seus sonhos:<blockquote>Eu fazia o terceiro ano [do ensino médio] e estávamos em período de prova, porque fiquei em recuperação. Nisso eu fui preso. Minha vida era normal, tinha planos e sonhos, trabalhava como frentista, saía com meus amigos. Era tranquilo. Pretendia realizar esse sonho que também era da minha avó. Agora, eu não posso prestar concurso público, porque tem uma pesquisa social em uma das etapas. Ter sido condenado me impede de seguir.".<ref>[https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/05/28/14-vezes-acusado-de-roubo-com-base-em-foto-jovem-e-absolvido-pela-13-vez.htm 14 vezes acusado de roubo com base em foto, jovem consegue 13ª absolvição.]</ref></blockquote>
Claudio relatou em entrevista como a prisão afetou sua vida e seus sonhos:<blockquote>Eu fazia o terceiro ano [do ensino médio] e estávamos em período de prova, porque fiquei em recuperação. Nisso eu fui preso. Minha vida era normal, tinha planos e sonhos, trabalhava como frentista, saía com meus amigos. Era tranquilo. Pretendia realizar esse sonho que também era da minha avó. Agora, eu não posso prestar concurso público, porque tem uma pesquisa social em uma das etapas. Ter sido condenado me impede de seguir.".<ref>[https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/05/28/14-vezes-acusado-de-roubo-com-base-em-foto-jovem-e-absolvido-pela-13-vez.htm 14 vezes acusado de roubo com base em foto, jovem consegue 13ª absolvição.]</ref></blockquote>


Com as acusações injustas, a família de Claudio precisou vender quentinhas, fazer rifas de perfumes, <references />
Com as acusações injustas, sua família precisou vender quentinhas e fazer rifas de perfumes para suportar as custas processuais que surgiram por meio das acusações. Curiosamente, nas várias audiências que participou, Claudio tomou ciência que algumas vítimas diziam que a foto dele não tinha sequer sido mostrada na delegacia.<ref>[https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/05/26/jovem-de-sao-goncalo-e-absolvido-pela-13a-vez-apos-reconhecimento-fotografico-em-delegacia.ghtml Jovem de São Gonçalo é absolvido pela 13ª vez após reconhecimento fotográfico em delegacia]</ref>
 
=== Fotos do Facebook no álbum de suspeitos ===
[[Arquivo:Protesto Danilo felix.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|391x391px|Danilo Félix - acusado injustamente]]
O jovem Danilo Félix, de 24 anos, ficou 55 dias preso por um crime que não cometeu. Em 2020 ele foi abordado na rua, em Niterói, Leste Fluminense, por policiais descaracterizados que o algemaram violentamente enquanto perguntavam seu nome.
 
Ele tomou ciência de estar sendo acusado de roubo apenas dois dias após ter sido detido, quando já estava acautelado no presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio. Nesse momento sua advogada informou que a vítima de um assalto a mão armada o teria reconhecido em uma fotografia no álbum de suspeitos da delegacia. No entanto, Danilo nunca teve passagem pela polícia e por isso não entendeu como uma imagem sua poderia ter parado por lá.
 
Posteriormente ele descobriu que a foto havia sido retirado de uma postagem do Facebook feita em 2017.
 
A polícia nunca esclareceu como uma foto oriunda da internet pode ter sido colocada no álbum de suspeitos, e nem mesmo o Ministério Público prestou um posicionamento sobre a situação.
 
O jovem ficou quase dois meses em privação de liberdade até que em uma audiência a pessoa que o reconheceu anteriormente disse que Danilo não tinha semelhanças com o assaltante. Quando conseguiu sair da prisão descobriu que estava sendo acusado injustamente nas mesmas circunstâncias, mas conseguiu o direito de responder em liberdade e a vítima voltou atrás, dizendo que não havia sido ele. Ocorreu o arquivamento do processo e ele não foi indiciado.<ref>[https://www.bbc.com/portuguese/brasil-58119703 Fui preso após foto do meu Facebook ir parar em álbum de suspeitos]</ref>
 
Infelizmente ocorreu pela terceira vez uma acusação indevida para Danilo: o delegado da 76°  Delegacia de Polícia (DP) de Niterói não realizou o reconhecimento presencial com as vítimas de um crime e o indiciou a partir de uma fotografia.<blockquote>A advogada Juliana Sanches, que integra o Instituto de Defesa da População Negra (IDPN), organização que assumiu o caso de Danilo, disse que a audiência contou com a presença de todos os envolvidos. Segundo ela, as duas vítimas alegaram não se lembrarem das características dos acusados e chegaram a informar aos policiais na ocasião, porém, mesmo assim, foram pressionadas ao reconhecimento. Por sua vez, o policial envolvido alegou não se recordar do caso.<ref>[https://www.brasildefato.com.br/2023/04/12/jovem-negro-prova-inocencia-pela-3-vez-apos-ser-acusado-por-erro-de-reconhecimento-facial Jovem negro prova inocência pela 3ª vez após ser acusado por erro de reconhecimento facial]</ref></blockquote><references />
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